
A Constituição dos Estados Unidos confere importantes poderes ao presidente, desde ser comandante em chefe até aplicar as leis fielmente. Mas também impõe condições, e uma delas é especial: o presidente deve “de tempos em tempos fornecer ao Congresso informações sobre o Estado da União”.
É por isso que muitos presidentes desde George Washington estiveram no Congresso uma vez por ano para proferir um discurso. Com exceção do discurso de posse, o Estado da União é o discurso de maior visibilidade proferido pelo presidente.
Mas o Estado da União raramente inspira grande retórica. “O Estado da União realmente se diferencia de todos os discursos presidenciais”, disse Jeff Shesol, redator de discursos do presidente Bill Clinton. Nenhum departamento do governo quer ser deixado de lado, e todos fazem lobby para uma menção no texto.
Neste ano, em 12 de janeiro, o presidente Obama proferirá seu sétimo discurso sobre o Estado da União.
Com a exceção do discurso Quatro Liberdades, proferido pelo presidente Franklin D. Roosevelt em 6 de janeiro de 1941, quando a guerra intensificava-se na Europa, esses discursos tendem a se tornar longas listas de propostas. Às vezes, um presidente divulgam iniciativas importantes, como em 2003, quando o presidente Bush propôs um plano para combater a Aids na África. O Plano de Emergência do Presidente dos EUA para Combate à Aids (Pepfar – site em inglês) tornou-se lei e mais tarde foi adotado pelo governo de Obama.
Exceto pelos funerais e posses de Estado, o Estado da União é a única ocasião em que os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário do governo dos EUA encontram-se reunidos na mesma sala – o plenário da Câmara dos Deputados. O público nem sempre concorda com o presidente, mas a noite serve como um lembrete da importância de se reunir e, é claro, de ouvir.

Os redatores freelance Christopher Connell e Susan Milligan contribuíram com este artigo.