Estamos horrorizados: russos nos EUA condenam a invasão russa da Ucrânia

Pessoas ao redor do mundo estão demonstrando apoio ao povo da Ucrânia e condenando a guerra não provocada de Vladimir Putin — incluindo muitos que nasceram na Rússia e agora vivem nos Estados Unidos.

“O povo russo tem um dever moral de se levantar e dizer algo quando a Rússia está fazendo algo ruim”, disse uma mulher de 40 anos chamada Yevgenia ao Daily News de Nova York* no final de fevereiro após retornar de uma manifestação pró-Ucrânia na Times Square.

“É tão não provocado e escandaloso e deplorável. Culturalmente, estamos muito próximos da Ucrânia, mas, é claro, eles são um país diferente ao mesmo tempo”, disse ela.

Duas pessoas segurando cartazes (© Michael M. Santiago/Getty Images)
Svetlana Suvorova e Andrey, que forneceu apenas o primeiro nome, seguram cartazes em apoio à Ucrânia durante um comício em 6 de março no bairro de Brighton Beach, em Nova York (© Michael M. Santiago/Getty Images)

Residentes dos EUA que se identificam com sua herança russa e aqueles que se identificam com sua herança ucraniana compartilham opiniões semelhantes sobre a invasão russa da Ucrânia, segundo resultados de duas pesquisas* do USA Today e da Universidade de Suffolk em Boston.

Os dois grupos estão unidos em oposição a Putin e à guerra que ele provocou, reportou o USA Today. A invasão é condenada por quase todos nos dois grupos: 87% dos russos americanos e 94% dos ucranianos americanos.

O USA Today e a Universidade de Suffolk entrevistaram 500 residentes dos EUA que se identificam com sua herança russa e 500 residentes que se identificam com sua herança ucraniana. Alguns são cidadãos americanos e alguns não. As enquetes, realizadas através de telefones fixos e celulares de 5 a 10 de março, têm margens de erro de mais ou menos 4,4 pontos percentuais. 

Mulher com o braço para cima segurando cartaz de protesto contra a guerra na Ucrânia (© Damian Dovarganes/AP Images)
Uma mulher que disse à AP que é cidadã russa segura um cartaz com os dizeres: “Sou russa. Não à guerra. Sinto muito”. Foto tirada durante um encontro de apoio à Ucrânia em Santa Monica, Califórnia, em 27 de fevereiro. “Eu não apoio Putin”, disse ela. “Meu coração sangra quando vejo todas as notícias.” (© Damian Dovarganes/AP Images)

Na porta da frente do restaurante Russian Samovar de Nova York, estão pendurados dois cartazes com uma bandeira ucraniana impressa e com os dizeres: “Defendam a Ucrânia. NÃO À GUERRA”, informou a Rádio Pública Nacional (NPR, na sigla em inglês) em março*.

O proprietário da terceira geração do Russian Samovar, Misha Von Shats, é descendente de russos e ucranianos, e ainda tem família na Ucrânia. Ele disse à NPR que espera realizar campanhas de arrecadação de fundos para a Ucrânia.

Sam Klebanov é originalmente de São Petersburgo, na Rússia, mas foi para os Estados Unidos quando tinha 6 anos, informou a NBC Boston*. A família de Klebanov é dona da Petropol, uma pequena livraria em Newton, Massachusetts, especializada em literatura russa.

“Estamos horrorizados com o que está acontecendo”, disse ele. “Há muito tempo criticamos o governo Putin, mas esta é uma linha vermelha que eles cruzaram e é absolutamente devastador.”

* site em inglês