Alguns empresários pensam que transformar o dióxido de carbono (CO2) e outros gases de efeito estufa em produtos faz mais sentido do que sequestrar gases, a um custo, em campos de petróleo e de gás exauridos.
Capturar dióxido de carbono de instalações industriais e armazená-lo no subsolo tem sido feito há mais de uma década como forma de mitigar o aquecimento global. Existem mais de 20 desses projetos de grande escala em todo o mundo, de acordo com o Instituto Internacional de Captura e Armazenamento de Carbono* (CCS).
Mas uma nova abordagem promete não somente um benefício ambiental — menos gases nocivos liberados na atmosfera —, mas também um ganho econômico. “Podemos pegar algum resíduo e transformá-lo em algo lucrativo”, disse Joe Jones**, fundador da Skyonic.
O processo químico da Skyonic transforma o CO2 em três produtos — bicarbonato de sódio, ácido clorídrico e água sanitária — usando a eletricidade para criar uma reação entre o dióxido de carbono, água e sal-gema. Ele também remove outros poluentes das emissões. A primeira instalação da empresa capta cerca de 15% das emissões de CO2 de uma fábrica de cimento em San Antonio.

Outra empresa — Newlight Technologies — converte o metano, potente gás de efeito estufa, em plástico que pode ser usado em itens como cadeiras, recipientes para alimentos, peças automotivas ou capas para celulares.
A tecnologia básica para fazer isso é conhecida há anos, mas é considerada muito cara. No entanto, os amigos de infância Mark Herrema, que estudou Química, e Kenton Kimmel, engenheiro biomédico, criaram a Newlight Technologies em 2003 para reduzir o custo. Após 10 anos de experimentação, eles inventaram uma tecnologia de bioconversão que faz com que os produtos finais se tornem menos caros e mais favoráveis ao clima do que os plásticos à base de petróleo. Hoje, a Newlight tem mais de 60 clientes entre empresas que fazem parte da lista da revista Fortune 500, de acordo com o site da empresa.
Dentre outras empresas que usam as emissões de gases de efeito estufa como matéria-prima estão a LanzaTech, que emprega micróbios para produzir combustíveis e produtos químicos; a Liquid Light, que produz produtos químicos para bens de consumo** através de processos eletroquímicos; e a Novomer, que sintetiza produtos químicos e materiais sustentáveis. A Novomer trabalha com a Ford Motor Company para desenvolver espumas e plásticos para seus veículos. Os pesquisadores continuam a procurar usos mais comerciais para o CO2.
* site em inglês e quatro outros idiomas
** site em inglês