Estas mulheres estão criando soluções climáticas

Mulheres e meninas em todo o mundo estão usando suas habilidades em Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática (CTEM) para encontrar soluções climáticas.

Estas quatro mulheres a seguir foram reconhecidas pela iniciativa Estação de Inovação* do Departamento de Estado dos EUA, que constrói uma rede de mulheres e meninas inovadoras do clima nos Estados Unidos e em todo o mundo.

Anika Puri pilota drone em área arborizada (Cortesia: Anika Puri)
Anika Puri pilota um drone, semelhante aos que autoridades usam para monitorar populações de animais selvagens, em um parque perto de sua casa em Nova York (Cortesia: Anika Puri)

Quando Anika Puri visitou sua família na Índia quando criança, ficou impressionada com as muitas esculturas de marfim à venda em um mercado de Mumbai. Anika foi inspirada a encontrar uma maneira de ajudar as autoridades a rastrear e prender caçadores ilegais de elefantes na África e na Índia. Drones usados para rastrear caçadores ilegais têm dificuldade em diferenciar entre humanos e animais. O aplicativo de Anika, ElSa (abreviação de Elephant Savior, ou Salvador de elefantes, em tradução livre) usa inteligência artificial a fim de distinguir entre os dois. O aplicativo tem uma taxa de sucesso de 90% na detecção de caçadores ilegais em parques de vida selvagem. Anika espera que o ElSa seja usado em todo o mundo para detectar caçadores ilegais com mais facilidade e, assim, proteger as populações de elefantes em perigo de extinção. “A ideia principal do ElSa é implementar essa metodologia e esse modelo com sistemas já implantados em parques nacionais”, disse ela.

À esquerda, golfinhos saltando no ar; à direita, Erin Ashe usa um dispositivo de detecção com vara longa (À esquerda: © Rob Williams. À direita: © Ryan Tidman)
Erin Ashe coleta amostras de respiração de golfinhos no Estreito de Puget como parte de sua pesquisa na Oceans Initiative (À esquerda: © Rob Williams. À direita: © Ryan Tidman)

Erin Ashe cresceu no noroeste do Pacífico e se lembra de observar orcas na costa da Ilha de San Juan com sua tia quando criança. “Aquele momento realmente me marcou. Parecia que estávamos sozinhas com as baleias”, diz ela. “Percebi que essas baleias assassinas estavam diminuindo, suas populações estavam com problemas.” Depois de receber seu Ph.D. em Biologia Marinha pela Universidade de St. Andrews, na Escócia, Erin decidiu se dedicar à conservação dos oceanos em uma escala além de sua pesquisa de doutorado. Ela e seu agora marido, Rob Williams, fundaram a Oceans Initiative (Iniciativa Oceanos, em tradução livre) a fim de coletar dados sobre populações de mamíferos marinhos e problemas crescentes no Oceano Pacífico. Suas descobertas ajudarão os formuladores de políticas a entender os impactos das mudanças climáticas, da poluição sonora e da poluição de plásticos na vida oceânica. “Sempre valorizamos muito a mentoria de mulheres na Ciência e reconhecemos que esses problemas de conservação que enfrentamos são significativos, e precisamos do envolvimento de todos”, afirmou Erin.

Fatema Alzelzela se recorda do momento em que começou a perceber que os aterros sanitários de seu país, Kuwait, estavam enchendo rapidamente. “Eu sabia que eu faria alguma coisa. Sabia que queria agir, mas não sabia por onde começar”, disse ela. Fatema e sua irmã decidiram usar as economias arrecadadas para criar uma organização não governamental, a EcoStar, que provaria que um sistema nacional de reciclagem era possível. Fatema recrutou voluntários — principalmente mulheres e meninas — para ajudá-la, e logo estavam reciclando centenas de toneladas de lixo. Ela espera expandir no futuro e colaborar mais com seu governo visando implementar uma infraestrutura permanente de reciclagem em seu país. “As mulheres do Kuwait são muito fortes”, disse ela. “Estamos fortalecidas.”

Patricia Kombo ao ar livre segurando mudas de árvores (Cortesia: Patricia Kombo)
Patricia Kombo segura uma das muitas árvores que sua organização está ajudando crianças a plantar (Cortesia: Patrícia Kombo)

Durante uma viagem ao norte do Quênia, Patricia Kombo observou o clima mais seco e como as crianças locais tinham pouco acesso à vegetação ou à água. Quando ela voltou para casa em Mbooni em 2019, lançou sua organização, PaTree, com o objetivo de envolver escolas locais no plantio de árvores em seus municípios. Até agora, PaTree trabalhou com 15 escolas para plantar 15 mil árvores. Durante a pandemia, a organização mudou de abordagem e passou a educar as crianças em idade escolar sobre o cultivo de novas plantas a partir de sementes de manga e abacate. “Percebemos que havia uma lacuna na alimentação e na obtenção de alimentos para [as famílias] se manterem saudáveis”, diz ela. “Eu vi o maior impacto trabalhando com crianças”, disse Patricia. “Você sente a energia positiva delas.” Patricia quer expandir sua organização para desenvolver um currículo a fim de educar as crianças sobre o meio ambiente. Ela acredita que a ação direta é a melhor forma de combater a crise climática. “As comunidades só mudam com o que veem”, afirmou. “Quando você planta uma árvore, as pessoas plantam uma árvore. Ao verem isso acontecendo, elas de fato aderirão [à prática].”

* site em inglês