O projeto Mercado de Materiais dos EUA* oferece uma rota criativa para o crescimento econômico sem esgotar recursos naturais preciosos ou causar danos ao meio ambiente.

Materiais que normalmente seriam descartados como lixo adquirem uma nova vida graças a esse projeto, que combina os resíduos industriais de uma empresa com outras empresas que podem utilizá-los visando o lucro. Isso reduz o nível de poluição e as empresas se beneficiam.

O projeto Mercado de Materiais dos EUA ganhou o prêmio Disruptor Digital de Economia Circular 2016, um dos prêmios na categoria “Circular”* concedidos durante a reunião do Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça. “Disruptor”, da forma que é usado aqui, refere-se a perspectivas inovadoras ou ferramentas que melhoram mediante velhas formas de fazer as coisas.

Basf: orgulho ser membro-fundador do Mercado de Materiais/vencer prêmio Disruptor Digital  #CircularEconomy 2016. — Basf da América do Norte (@BASFCorporation) 25 de janeiro de 2016*

Na nuvem

O projeto Mercado de Materiais dos EUA é uma plataforma digital baseada em nuvem na qual os usuários postam detalhes relativos a materiais residuais que possuem — ou de que necessitam — e buscam formas de solucionar transações mutuamente aceitáveis. Por exemplo, a empresa de camisetas do Joe pode ter restos de tecidos que a fábrica de fios da Anna pode usar. Quando a fábrica de fios os utiliza a fim de criar um novo produto de valor, isso se denomina “reutilização” ou “upcycling” em inglês.

Ao aceitar o prêmio na categoria “Circular”, Andy Mangan, cofundador e diretor executivo do Conselho Empresarial dos EUA para Desenvolvimento Sustentável, um dos colaboradores principais do projeto, afirmou que existem diversas razões de que agora é o momento ideal para inovações empresariais. “Dentre elas temos as situações empresariais cada vez mais comuns em que uma pessoa ou grupo adquire ações suficientes para obter o controle de uma empresa (buy-in, em inglês), a sofisticação dos softwares inteligentes que estão em evolução e o ímpeto das soluções relativas às mudanças climáticas que advêm do acordo de Paris”, disse ele.

Um esforço global

Casa estilo moderno com toldo feito de painéis solares (Cortesia: Richlite)
Richlite produz materiais de construção usados nesta residência do Bronx, em Nova York, feitos a partir de papel reciclado (Cortesia: Richlite)

O projeto Mercado de Materiais dos EUA desenvolveu um software juntamente com o Conselho Empresarial dos EUA para o Desenvolvimento Sustentável e o Conselho Empresarial da China para o Desenvolvimento Sustentável. Eles o desenvolveram nos termos do projeto de Parceria Ecológica do Diálogo Estratégico & Econômico EUA-China* em Qinhuangdao, na província de Hebei, entre 2013 e 2014.

O projeto Mercado de Materiais dos EUA é um projeto iniciado pelo Conselho Empresarial dos EUA para o Desenvolvimento Sustentável, o Conselho Empresarial Mundial para o Desenvolvimento Sustentável, o Conselho Empresarial Mundial para o Desenvolvimento Sustentável e o Eco Fórum Corporativo. Dentre as empresas fundadoras estão Alcoa, Armstrong World Industries, Basf, Dow Chemical, Goodyear, Novelis, Procter & Gamble e Tetra Pak.

Após sua fase experimental em 2015, o Mercado de Materiais dos EUA planeja ampliar seu alcance para novas cadeias de fornecimento globais.

“As empresas têm um papel fundamental no sentido de fazer a transição para uma economia sustentável e próspera”, declarou Petter Bakker, chefe do Conselho Mundial Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável. Criar valor a partir de resíduos é uma maneira de fazer isso.

* site em inglês