
Acordar. Ir para a aula. Depois imprimir em 3D uma mão protética com alguns colegas que moram na mesma república (ou “dorm”, em inglês). Essa foi a agenda do dia de Anthony Schinelli, que mora em uma república na Universidade de Carolina do Norte em Chapel Hill.
A república onde mora inclui uma “área para inventores” incluída no prédio, algo que faculdades americanas vêm oferecendo cada vez mais. Essas áreas permitem que os alunos façam brainstorming e construam suas invenções. Seus esforços muitas vezes acabam se transformando em pequenas empresas.
Como estudante calouro, Schinelli, 18, tem acesso a ferramentas que podem ser usadas na construção de quase qualquer coisa. Sua república possui 24 impressoras 3D de ponta, ferramentas manuais, máquinas têxteis e equipamentos eletrônicos programáveis.
Schinelli afirma que passa “um tempo considerável criando modelos em 3D e projetando coisas”. Sem nenhuma experiência prévia, ele obteve um diploma em impressoras 3D, que podem produzir coisas complexas “imprimindo” camadas de materiais. Ele e seu colega de quarto esperam começar devagar, a princípio modernizando seu espaço de trabalho com acessórios impressos em 3D.

A universidade pública top de linha que frequentam agora tem quatro instalações no campus equipadas com ferramentas de alta tecnologia, e o interesse entre os estudantes está aumentando vertiginosamente. Até agora, 2 mil alunos aprenderam a usar impressoras 3D e outras máquinas. Professores e funcionários também as usam.
Judith Cone, funcionária da universidade, percebe que há espaço para crescer: ela imagina um campus onde as áreas para inventores são tão vitais para estudantes como são as bibliotecas. Judith afirma que funcionários do campus visitaram novas áreas para inventores no Instituto de Tecnologia da Geórgia (Georgia Tech, em inglês), e outras escolas para obter inspiração.
Embora Schinelli trabalhe em ciência e empreendedorismo, ele afirma que “é muito legal ver todos usando a área para inventores visando desenvolver seus próprios projetos”. Ele observou que estudantes de Arte produziram um molde em 3D para uma escultura e estudantes de Química, uma estrutura molecular em 3D.

A área para inventores da república já exerceu um grande impacto em Schinelli, que participa de seu “programa de aprendizagem residencial”, no qual os participantes mergulham no empreendedorismo onde residem. Eles têm competições de apresentação de propostas e convidados de empresas de tecnologia, empresas inovadoras ou locais de exibição de arte comparecem para participar de conversas informais.
Ele começou a estudar se especializando em Química, mas o acesso à área para inventores despertou seu interesse em Engenharia Biomédica.
Um estudante mais velho o apresentou ao Projeto Mão Amiga*, onde estudantes voluntários projetam e imprimem mãos protéticas para crianças necessitadas. As crianças têm a chance de ajudar no projeto, e podem ganhar próteses de mão à medida que vão crescendo. Schinelli se inspira na missão da organização.
“Ver como esses objetos são feitos é realmente incrível”, diz ele. “Creio que isso vai de fato impulsionar a próxima geração de assistência médica.”
* site em inglês