Os primeiros passos que o robô humanóide batizado de Val deu pelo laboratório foram bem desajeitados. Mas, com um pouco de ajuda de estudantes universitários, Val, que tem 1,83m de altura e pesa 136kg, deve deixar algumas das primeiras pegadas em Marte.

Neste mês de maio, a Nasa emprestou Val e duas de suas três “irmãs” para universidades em Massachusetts e na Escócia, onde cientistas vão poder manipular seu software. Enquanto Val estiver por lá, a Nasa espera que equipes de cientistas possam transformar o robô em um “mecânico espacial” autônomo, capaz de usar ferramentas e completar tarefas de construção — habilidades que podem tornar a vida possível para os primeiros exploradores humanos em Marte.

Mas, por enquanto, a Terra já é um desafio grande o suficiente.

Ao se movimentar de maneira instável pelo laboratório, Val mostrou que ainda não conseguiu dominar completamente todas as suas 28 juntas e quase 200 sensores.

“Não está bonito”, disse Taskin Padir*, professor da Universidade Northeastern, em Boston.

Jovem ajusta a perna de um robô (© AP Images)
A estudante de doutorado Murphy Wonsick ajusta a perna do robô Val no laboratório da Universidade de Massachusetts em Lowell (© AP Images)

Originalmente, a Nasa criou Val para competir em um concurso de robôs para assistência em caso de desastres naturais. Mas, nas missões em Marte, o tempo de defasagem na comunicação com a Terra não vai permitir que os humanos direcionem os robôs em tempo real.

Então, antes que Val comece a plantar batatas no espaço, Holly Yanco, professora da Universidade de Massachusetts em Lowell, vê vários desafios. O maior de todos, diz ela, é permitir que o robô se comunique de maneira clara e concisa com as pessoas na Terra.

Isso é muito importante, de acordo com Robert Platt, professor assistente da Universidade Northeastern.

“A robótica tem avançado muito”, disse ele. “É uma das situações em que você trabalha na mesma coisa por décadas e décadas e finalmente um dia algo começa a acontecer. Talvez a gente esteja vivendo esse momento agora.”

Este artigo é baseado em reportagens da Associated Press.

* site em inglês