Estudantes de todo o mundo que estão fazendo o ensino superior nos Estados Unidos às vezes ficam surpresos que seus professores, em vez de apenas dar uma aula expositiva, incentivam a discussão e o debate durante as aulas.
De fato, alunos internacionais que estudam em escolas americanas têm a garantia de desfrutar de liberdade e proteção acadêmicas conforme previsto na Primeira Emenda da Constituição dos EUA.
“Eu adoraria que os estudantes que estão a caminho dos Estados Unidos soubessem que não serão punidos por causa do que têm a dizer”, diz Sarah McLaughlin, do Fire, grupo acadêmico de defesa da liberdade com sede em Boston. Sarah diz que quando os estudantes internacionais exercitam a liberdade de expressão, isso proporciona uma experiência mais gratificante dentro e fora da sala de aula.
Nos Estados Unidos, os estudantes são incentivados a se expressar desde que não atrapalhem a vida no campus, façam ameaças de violência ou infrinjam os direitos dos outros. Aqui estão alguns exemplos de estudantes internacionais exercendo suas liberdades em faculdades americanas:
Opiniões políticas
Em 1989, alguns estudantes chineses que frequentavam universidades americanas condenaram o massacre na Praça da Paz Celestial. O Partido Comunista Chinês ameaçou esses estudantes com punição se acaso retornassem a seu país natal. Em 1992, o Congresso aprovou a Lei de Proteção a Estudantes Chineses a fim de proteger os estudantes de retaliação, permitindo-lhes buscar asilo nos EUA.
Licença criativa
A cineasta libanesa Farah Shaer coproduziu o filme “Heaven Without People” (“O Céu sem Pessoas”, em tradução livre) enquanto cursava pós-graduação na Universidade da Califórnia, em Los Angeles. Por retratar uma família que enfrenta temas difíceis durante uma refeição que ocorre em um feriado, o filme foi censurado no Líbano. Mas foi lançado no Festival de Cinema de Los Angeles, onde foi indicado ao prêmio de Melhor Filme do Mundo.
Aprendizagem extracurricular
Judith Pennywell, diretora do Centro Internacional da Universidade de Michigan, deu dicas aos estudantes* sobre como poderiam ter participado das eleições para o Congresso nos EUA em 2018, embora eles não pudessem votar, e os incentivou a se envolver em política no campus.
Ativismo
Alunos de pós-graduação que trabalham na Universidade de Illinois, em Chicago, dão crédito a estudantes internacionais por ajudá-los a conquistar melhores condições de trabalho.
Zukhra Kasimova, estudante de História do Uzbequistão, ajudou a organizar o esforço. Em uma postagem on-line sobre sua experiência, Zukhra escreve: “Foi a primeira greve de nossa vida para a maioria esmagadora de nós, embora talvez não seja a última, porque ainda há muitas lutas que devemos enfrentar a fim de combater a desigualdade.”
* site em inglês