À medida que o tempo do presidente Obama no cargo chega ao fim, a imensa tarefa de transportar e preservar os registros de sua Presidência está apenas começando.
Caminhões de mudança lotados de caixas com memorandos da Casa Branca, notas manuscritas, cronogramas e muito mais começaram a deixar Washington no fim de outubro. Serão necessários 24 comboios para fazer a mudança do que foi chamado de “sótão do presidente”. E ainda há mais coisas além do que está nos caminhões.
Os caminhões estão seguindo para Illinois, para a sede temporária da Biblioteca Obama, até que a biblioteca permanente em Chicago seja inaugurada em 2021. Será a 14ª biblioteca presidencial, parte da Administração Nacional de Arquivos e Registros*, que armazena tudo, de mensagens de telefone a presentes de chefes de Estado e outros.
Quando as cargas transportadas da Casa Branca chegarem a Illinois, as caixas de registros permanecerão lacradas até às 12h do dia da posse do presidente eleito.
“Os Arquivos Nacionais legalmente não possuem nada até essa hora desse dia”, disse Brooke Clement, arquivista-supervisor da Biblioteca Obama. Depois disso, a biblioteca começa a processar os registros, o que pode levar anos.
Os registros presidenciais são preservados por razões de transparência, para que haja documentação de como o líder do país e sua equipe de governo tomaram as decisões que guiaram as políticas dos EUA.
“O público tem de ter acesso a tudo o que você faz na Casa Branca”, disse Tom Putnam, diretor em exercício do Escritório de Bibliotecas Presidenciais dos Arquivos Nacionais.
Até a Lei de Registros Presidenciais de 1978*, os documentos de um presidente eram considerados seus, e ele podia doá-los a quem quisesse. A lei tornou os registros presidenciais públicos e criou uma estrutura legal para os presidentes administrarem seus registros.
#Fashion #FLOTUS_Friday #CoolGifts Clutch w/intricate design givn to Laura Bush by Emine Erdogan, Turkey PM's wife. https://t.co/waDeURvk2F pic.twitter.com/NOhoOONzL6
— GeorgeWBush Library (@GWBLibrary) December 9, 2016
Biblioteca GeorgeWBush: Bolsa de mão c/ desenho intricado dado a Laura Bush por Emine Erdogan, esposa do primeiro-ministro turco. http://goo.gl/G8p2bJ #Fashion #FLOTUS_Friday #CoolGifts @GWBLibrary
Os presentes dados aos presidentes — como as muitas bolas de basquete autografadas recebidas por Obama ao longo dos anos — também são guardados na biblioteca.
Há muitas coisas mais incomuns do que bolas de basquete* nas bibliotecas presidenciais. A biblioteca do presidente Gerald Ford inclui a Declaração de Independência inteira escrita com macarrão. Um peso para papel feito com coco, no qual o presidente John F. Kennedy gravou uma mensagem de resgate quando era tenente da Marinha dos EUA durante a Segunda Guerra Mundial, está preservado na Biblioteca Kennedy.
O número de presentes que acabam indo para as bibliotecas ajuda a mostrar a diferença entre os cargos de presidente ou de primeira-dama e os cidadãos privados que ocupam esses cargos. “Se a primeira-dama ganha uma joia, é para ela?” Putnam citou como exemplo. “A resposta geralmente é não, ela pode usá-la enquanto for primeira-dama, mas depois vai para a biblioteca presidencial.”
Tomorrow marks 75 years since the attack on Pearl Harbor. This flag was flown over the USS Arizona Memorial & given to WJC #PearlHarbor75 pic.twitter.com/Bq9qtwYyD3
— Clinton Library (@WJCLibrary) December 6, 2016
Biblioteca Clinton: Amanhã completam-se 75 anos do ataque a Pearl Harbor. Essa bandeira foi hasteada no Memorial USS Arizona e dada a WJC #PearlHarbor75 @WJCLibrary
Além dos registros em papel, a Presidência Obama inclui uma imensa quantidade de material digital e mídias sociais. Embora o número de registros do governo de cada novo presidente venha crescendo, a digitalização das presidências modernas* significa menos papel e mais dados. Junto com os e-mails, há milhões de horas de vídeo, fotografias e postagens em mídias sociais que se tornarão parte da Biblioteca Obama. No total, são cerca de 200 terabytes de dados — suficiente para preencher 30 mil DVDs.
* site em inglês