EUA afirmam que Maduro não deve ter representante no Conselho de Direitos Humanos da ONU

A não ser que a comunidade internacional intervenha, Nicolás Maduro poderá ter um representante do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas (HRC) apesar de seu histórico de brutalidade e repressão.

Quando a Assembleia Geral da ONU votar para eleger novos membros do Conselho de Direitos Humanos, que possui 47 cadeiras, a Venezuela será um dos candidatos a duas cadeiras representando a América Latina e o Caribe.

Antes dessa votação, muitas pessoas da comunidade internacional têm chamado a atenção para o histórico aterrador do antigo regime de Maduro. Na verdade, o HRC realizou recentemente, em sua 42ª sessão, uma votação para o envio urgente de uma missão de investigação à Venezuela a fim de averiguar violações flagrantes dos direitos humanos.

“Temos testemunhado a mídia silenciosa desse regime, dissidentes da prisão e a tentativa de desmantelar todos os elementos da democracia, incluindo a Assembleia Nacional”, disse John Sullivan*, subsecretário de Estado, em uma reunião de ministros das Relações Exteriores realizada em setembro.

Em um relatório de 4 de julho, Michelle Bachelet, chefe do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos, condenou Maduro e seus comparsas por cometer graves violações de direitos humanos e abusos. Eles foram responsáveis por cerca de 7 mil assassinatos extrajudiciais desde 2018, atos de tortura, detenções politicamente motivadas, além da criminalização de protestos e críticas feitas contra o governo.

Um relatório de acompanhamento redigido pela comissária e divulgado em setembro, observou que, somente em julho, houve 57 novos casos de supostos assassinatos extrajudiciais nas mãos da Força de Ações Especiais da Venezuela (Faes) de Maduro​.

Hoje, como resultado da corrupção e da má gestão do antigo regime de Maduro, 90% dos venezuelanos vivem na pobreza* e mais de 4 milhões fugiram para outros países da região, o maior deslocamento de pessoas na história do Continente Americano.

Embora atualmente a ONU reconheça o enviado de Maduro, os EUA e 54 outros países reconhecem Juan Guaidó como legítimo presidente interino da Venezuela.

* site em inglês