As táticas repressivas da Rússia contra grupos étnicos minoritários na Crimeia são um sinal de alerta à comunidade internacional, afirma Samantha Power, embaixadora dos EUA e representante permanente dos EUA nas Nações Unidas.

Em discurso (em inglês) proferido em 6 de março  ao Conselho de Segurança da ONU, a embaixadora afirmou que a ocupação russa da Crimeia “oferece uma prévia do tipo de regra que podemos esperar em outras regiões da Ucrânia ocupadas por aqueles que se veem como parte da Novorossiya (Nova Rússia, designação do império entre 1764 e 1873)”.

No final de fevereiro de 2014, a Rússia iniciou uma agressiva intervenção militar na Crimeia — península ao sul da Ucrânia — que culminou na ocupação ilegal da Rússia e na tentativa de anexação da Crimeia após menos de um mês.

“Ocupar um território, tentar anexá-lo de maneira unilateral e, em seguida, aplicar retroativa e arbitrariamente as suas leis àqueles que ousarem questionar a sua ocupação concomitantemente à sua ocorrência. Não há como ficar mais ‘orwelliano’ do que isso”, declarou Samantha Power.

Citando o relatório sobre direitos humanos (PDF em inglês) das Nações Unidas de 15 de fevereiro, a embaixadora descreveu a perseguição russa contra a minoria muçulmana de tártaros na Crimeia, inclusive a detenção de dois tártaros da Crimeia que protestavam contra a ocupação russa antes da sua tentativa de anexação. Os dois foram acusados de violar a legislação russa, embora a lei não estivesse em vigor no momento do protesto.

Samantha Power disse que a liberdade de imprensa na Crimeia também atingiu o seu “nível mais baixo”.

Ela citou uma declaração da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa, de 5 de março, que diz que jornalistas e blogueiros independentes e autônomos foram “ameaçados, atacados, agredidos fisicamente; tiveram sua entrada proibida, foram interrogados e raptados, e seus equipamentos foram confiscados ou danificados”.

A embaixadora disse: “É para evitar um mundo ‘orwelliano’ como esse — onde falamos de paz enquanto ela é solapada — que devemos assegurar que o acordo de cessar-fogo de Minsk seja implementado.”