EUA apoiam a era de voos espaciais privados

A SpaceX, start-up do setor aeroespacial, recentemente recebeu uma grande cobertura jornalística de seu lançamento do foguete mais poderoso do mundo, mas ela não será a única firma espacial inovadora a virar notícia. Muitas empresas privadas sediadas nos EUA estão entrando na corrida espacial, e o governo Trump visa ajudá-las a vencer.

“Milhares de empresas por todo o país hoje estão trabalhando nos profundos sistemas de exploração espacial”, afirmou o vice-presidente Pence em uma reunião do Conselho Nacional Espacial em 21 de fevereiro. Em cada um dos 50 estados dos EUA, declarou Pence, “há homens e mulheres trabalhadores que se levantam diariamente para ajudar a construir os foguetes, satélites e espaçonaves mais avançadas do mundo”.

Por exemplo, enquanto a SpaceX envia com sucesso satélites e carga para o espaço, reutilizando seus foguetes de reforço, o diretor-executivo da Amazon.com, Jeff Bezos, está testando foguetes reutilizáveis que ele espera que transporte humanos. E Eren Ozmen, da Sierra Nevada Corporation, planeja oferecer a países em desenvolvimento voos para o espaço em uma espaçonave chamada Dream Chaser (Caçadora de sonhos, em tradução livre).

Tuíte:
Vice-presidente Mike Pence (@VP): Como o presidente Trump disse, o destino dos EUA é ser o líder entre nações em sua aventura rumo ao espaço desconhecido. E escreveremos o próximo capítulo dessa aventura com a indústria americana e a engenhosidade americana. @POTUS

Enquanto algumas empresas baseadas nos EUA estão se preparando para o turismo espacial, outras estão fabricando aeronaves capazes de lançar satélites enquanto estiverem no ar. As empresas privadas estão enviando satélites — algumas não maiores do que caixas de sapatos — para ajudar comunidades prejudicadas por desastres naturais a se comunicar com o resto do mundo. As empresas americanas enviam regularmente experimentos para a Estação Espacial Internacional.

Além de toda essa atividade do setor privado, parceiros contratantes privados juntamente com as forças militares estão ajudando a fortalecer as capacidades de segurança nacional no espaço.

Apoio do governo

O recém-reconstituído Conselho Nacional Espacial anunciou que transformará o processo de licenciamento para lançamentos espaciais com vistas a promover a inovação.

Homem falando enquanto está parado em frente a veículos de voos espaciais (© Matthew Staver/Bloomberg/Getty Images)
Em 5 de abril de 2017, Jeff Bezos, da Amazon, revela uma nova cápsula para a tripulação projetada para levar turistas ao espaço (© Matthew Staver/Bloomberg/Getty Images)

“O regime de licenciamento de lançamento de hoje está obstruído por barreiras onerosas do governo”, disse Pence. “O governo descobriu como conceder carteiras de habilitação para motoristas além das fronteiras estaduais. Não há motivo para que não possamos fazer o mesmo para foguetes.”

Pence recomendou que dois órgãos governamentais, o Departamento de Transportes e o Departamento de Comércio, simplificassem os regulamentos a fim de apoiar ainda mais o crescimento no setor espacial privado.

“Precisamos de uma agenda de comércio espacial voltada para o futuro e de um regime regulatório auxiliador”, disse o secretário de Comércio, Wilbur Ross, prometendo ser uma “loja tem-de-tudo” que o setor precisa a fim de prosperar.

Crescimento futuro

Um relatório de 2017 da Merrill Lynch, do Bank of America, prevê que o setor espacial comercial crescerá oito vezes além de seu tamanho atual ao longo das próximas três décadas. O relatório calcula um mercado que atinja US$ 2,7 trilhões em 2045, à medida que empresas privadas tornam os voos espaciais cada vez mais acessíveis. “Estamos adentrando uma era empolgante no espaço onde podemos esperar mais avanços nas próximas décadas do que em toda a história humana”, informa o relatório.

De acordo com Bhavya Lal, do Instituto de Política de Ciência e Tecnologia, centro de pesquisa e desenvolvimento financiado pelos EUA, os EUA são a maior potência espacial da atualidade. Ao promover esse setor, os EUA continuarão na liderança, disse Bhavya. Ela acredita que os EUA têm uma vantagem competitiva fundamental: “um ecossistema de inovação que recompensa a criatividade, o empreendedorismo e a tomada de riscos”.