A guerra da Rússia na Ucrânia já resultou em mais de 5,7 milhões de refugiados fugindo da Ucrânia para países vizinhos, enquanto cerca de 7,7 milhões de pessoas estão deslocadas internamente no país, segundo a ONU.
Uma das principais consequências dessa guerra é que, enquanto o presidente russo, Vladimir Putin, destrói propriedades rurais na Ucrânia, pessoas em todo o mundo passam fome. Entre os mais atingidos estão os países da África e do Oriente Médio que já sofriam de escassez de alimentos antes da guerra contra a Ucrânia.
Em 24 de março, os Estados Unidos anunciaram que estão preparados para fornecer mais de US$ 1 bilhão em assistência humanitária* à Ucrânia e a países que abrigam refugiados. A assistência dos EUA também apoia esforços visando reduzir o sofrimento resultante da escassez de alimentos agravada pela guerra de Putin.
Os danos à agricultura na Ucrânia, que produz 10% do trigo do mundo e 15% da oferta global de milho, estão fazendo os preços globais dos alimentos dispararem.

Desde o início da crise em fevereiro, os Estados Unidos anunciaram planos para fornecer:
• Mais de US$ 670 milhões* em assistência alimentar a países necessitados como resultado da guerra de Putin contra a Ucrânia, incluindo Etiópia, Quênia, Somália, Sudão e Sudão do Sul na África Oriental, bem como Iêmen.
• Mais de US$ 311 milhões* em assistência emergencial à região da Bacia do Lago Chade e ao Sahel, onde o secretário-geral da ONU, António Guterres, afirma que os preços dos alimentos, impulsionados pela guerra contra a Ucrânia, ameaçam agravar o sofrimento de milhões de pessoas. A assistência dos EUA apoiará 3,8 milhões de pessoas e inclui arroz, grãos, óleo vegetal e alimentos especializados para o tratamento da desnutrição aguda.
• Quase US$ 64 milhões* por meio do Programa Mundial de Alimentação da ONU (PMA) com o intuito de alimentar mais de 740 mil pessoas no Líbano, que depende muito do trigo importado da Ucrânia.
“A decisão de Putin de travar uma guerra sem sentido e brutal contra um vizinho pacífico está levando a uma impressionante crise global de alimentos”, disse Samantha Power, administradora da Agência dos EUA para o Desenvolvimento Internacional (Usaid), em 27 de abril, anunciando a assistência às nações africanas. Esse auxílio “nos ajudará a responder às necessidades sem precedentes em países ao redor do mundo que enfrentam uma histórica insegurança alimentar”.
As forças russas na Ucrânia já destruíram propriedades rurais, bloquearam rotas comerciais no Mar Negro e atacaram infraestruturas cruciais para o comércio.
O Fundo Monetário Internacional informa que a guerra de Putin na Ucrânia tem causado o aumento dos preços dos alimentos na África Subsaariana, ameaçando a recuperação econômica na região. “A guerra na Ucrânia tem desencadeado um aumento acentuado nos preços da energia e dos alimentos que pode minar a segurança alimentar na região, aumentar as taxas de pobreza, piorar a desigualdade de renda e possivelmente levar a conflitos sociais”, diz o FMI ao introduzir suas perspectivas econômicas regionais para a África Subsaariana*.
O Observatório dos Direitos Humanos (ODH) afirma por meio de um relatório divulgado em 28 de abril que muitas nações africanas que dependem da Ucrânia para obter trigo, fertilizantes ou óleos vegetais estão enfrentando escassez como resultado do ataque militar russo à Ucrânia.

“A alta dos preços está agravando a situação de milhões de pessoas levadas ao empobrecimento pela pandemia da Covid-19, exigindo ação urgente dos governos e da comunidade internacional”, diz Lena Simet, pesquisadora do ODH, no relatório “Ucrânia e Rússia: enquanto a guerra continua, a crise alimentar na África se aproxima”**.
O auxílio dos EUA anunciado recentemente se baseia em centenas de milhões de dólares em assistência humanitária que os Estados Unidos têm proporcionado a fim de ajudar as pessoas que sofrem com a guerra e a seca no Chifre da África e no Iêmen. Uma cúpula da ONU em 18 de maio arrecadará fundos adicionais para o PMA com o objetivo de ajudar os países que enfrentam escassez de alimentos.
Agências governamentais dos EUA “estão comprometidas em trabalhar em estreita colaboração visando alavancar todos os recursos disponíveis para mitigar os piores impactos desta crise de segurança alimentar”, disse a Usaid em um anúncio de financiamento de 27 de abril destinado a países da África Oriental e Iêmen.
* site em inglês
** site em inglês e russo