Até bem recentemente, as pessoas que sofrem de um tipo de tuberculose (TB) altamente resistente a medicamentos tinham poucas opções de tratamento e um prognóstico ruim. Atualmente, no entanto, um novo medicamento para as pessoas com os piores casos de TB está levando esperança aonde havia quase nenhuma.
Desenvolvido por cientistas da organização sem fins lucrativos Aliança TB (Aliança Global de Desenvolvimento de Drogas para Tuberculose), com sede em Nova York, o nome do novo comprimido é Pretomanid. A Agência de Controle de Alimentos e Medicamentos (FDA) dos EUA aprovou seu uso em conjunto com outros dois antibióticos — bedaquilina e linezolida — e testes indicam que o tratamento utilizando os três medicamentos possui uma taxa de cura de 90% para pacientes que sofrem das formas mais letais de tuberculose.
Pretomanid é apenas o terceiro medicamento de combate à tuberculose aprovado pela FDA em mais de 40 anos.
O novo tratamento poderá em breve estar disponível em todo o mundo, já que a Organização Mundial da Saúde normalmente segue a liderança da FDA ao aprovar novos medicamentos. A Organização Mundial da Saúde informou que 10 milhões de pessoas contraíram tuberculose em 2018 e a doença já matou 1,6 milhão de pessoas.
A tuberculose agora já supera a Aids como a principal causa infecciosa de morte no mundo e embora apenas uma pequena fração dos pacientes com tuberculose contraia a cepa mais mortal da doença, muito poucos sobrevivem. Mas o novo tratamento com medicamentos, diz a FDA, cura a maioria desses pacientes em poucos meses.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde, a tuberculose altamente resistente a medicamentos foi relatada em mais de 120 países, e cerca de 558 mil novos casos foram comunicados em 2017, incluindo um pequeno subconjunto de pacientes com tuberculose extensivamente resistente a medicamentos, a cepa mais mortal que é alvo do novo tratamento com os medicamentos. Até agora, o tratamento prescrito era demorado e complicado, exigindo até oito tipos de injeções e comprimidos. Os pacientes frequentemente morriam bem antes de completar seus ciclos de tratamento.
A Aliança TB informou que trabalhará com a Organização Mundial da Saúde para acelerar a adoção da combinação de todos os três medicamentos de via oral em países onde a tuberculose altamente resistente a medicamentos é endêmica, possivelmente ajudando mais de 75 mil pacientes a cada ano.
