Mulher chorando enquanto segura celular com foto do irmão (© Yamil Lage/AFP/Getty Images)
Virgen Frometa, irmã de Luis Frometa, condenado a 25 anos de prisão por sua participação em recentes protestos contra o governo, exibe uma foto de seu irmão em 29 de março em Havana (© Yamil Lage/AFP/Getty Images)

Em 11 de julho de 2021, dezenas de milhares de cubanos saíram às ruas para exigir pacificamente o respeito a seus direitos humanos e liberdades fundamentais. Os cubanos tentaram, sem sucesso, protestar novamente em novembro. No ano passado, o regime prendeu mais de 1.300 cidadãos, resultando em mais de 550 condenações até agora. A maioria dos detidos recebeu penas de prisão.

“Infelizmente, este ano vimos a continuação da implacável onda de repressão em Cuba. Semanas antes de 11 de julho de 2022, vimos o governo cubano sistematicamente detendo, prendendo e limitando a capacidade de ativistas e jornalistas de deixar suas casas como uma tática visando impedir um potencial ativismo político. Ouvimos falar de lentidão na internet. Neste fim de semana, vimos relatos do governo cubano mobilizando policiais e militares em todo o país para intimidar os cidadãos de se organizarem nas datas em torno do aniversário do 11 de Julho”, disse o secretário de Estado adjunto para Assuntos do Hemisfério Ocidental, Brian A. Nichols, em 12 de julho, durante uma reunião com a mídia.

Tuíte:
Secretário Antony Blinken
O regime cubano condenou mais de 550 manifestantes a mais de 4 mil anos combinados de prisão ou outras medidas punitivas desde os históricos protestos de 11 de julho de 2021. À medida que nos aproximamos do aniversário do 11 de Julho, os manifestantes que permanecem detidos devem ser devolvidos às suas famílias. @SecBlinken #11J

O governo cubano também condenou e sentenciou a trabalhos forçados menores que tinham 16 e 17 anos de idade no momento de sua prisão e já haviam passado quase um ano na prisão. Mais de 25 crianças menores de 16 anos foram submetidas à ação disciplinar do governo.

O regime cubano concedeu penas de prisão de até 25 anos para manifestantes, enquanto os promotores buscavam penas de 30 anos “por crimes de sedição, sabotagem, roubo com força e desordem pública*”.

Famílias de manifestantes do 11 de Julho que falaram com diplomatas ou com a imprensa sobre os casos de seus entes queridos relatam assédio rotineiro por parte de autoridades de segurança do Estado cubano. Eles têm sido assediados regularmente em suas casas, obrigados a comparecer repetidamente para entrevistas em escritórios de segurança e rotineiramente vigiados e detidos.

Em junho, autoridades cubanas impediram que duas mães de manifestantes do 11 de Julho viajassem para a Europa para se encontrar com funcionários da União Europeia e das Nações Unidas.

Homem é agarrado pela garganta ao ser preso por protestar em Cuba (© Yamil Lage/AFP/Getty Images)
Um homem, posteriormente identificado como Rolando Remedios, é preso em 11 de julho de 2021, durante uma manifestação contra o governo do presidente cubano Miguel Díaz-Canel em Havana (© Yamil Lage/AFP/Getty Images)

Advogados de manifestantes e ativistas de direitos humanos relatam que juízes restringem severamente o depoimento de réus e suas testemunhas no julgamento.

O crime deles? Discordar de seu governo, clamar pela proteção dos direitos humanos e exigir pacificamente remédios e alimentos.

O Observatório dos Direitos Humanos* relata que as prisões cubanas estão superlotadas, com prisioneiros forçados a trabalhar 12 horas por dia e punidos se não cumprirem cotas de produção.

Os Estados Unidos apoiam as declarações do Canadá, da União Europeia e da Organização para os Estados Americanos condenando a opressão do governo cubano a seus cidadãos.

“Cada voz que se manifesta diante dessa repressão faz a diferença na vida daqueles que são perseguidos injustamente”, disse Nichols.

* site em inglês