EUA devolvem tesouros perdidos que pertenciam à Coreia

Tesouros inestimáveis da Dinastia Joseon estão sendo enviados de volta a seu país de origem, Coreia, depois de o governo dos EUA devolverem dois sinetes reais aos dignitários da República da Coreia durante uma cerimônia realizada em 30 de junho em Washington.

O evento fez parte da visita com duração de quatro dias que o presidente Moon Jae-in’s fez aos Estados Unidos. Moon se reuniu com o presidente Trump na Casa Branca.

Conferência de imprensa com um parlamentar exibindo um sinete esculpido (Departamento de Estado/D.A. Peterson)
O congressista sul-coreano Kim Kyoung-soo mostra aos repórteres o sinete real da rainha Munjeong (Departamento de Estado/D.A. Peterson)

“Estou convencido de que o sinete real da rainha Munjeong será um símbolo da promessa de amizade entre os Estados Unidos e a Coreia, e a amizade entre o presidente Trump e o presidente Moon”, disse An Min-suk, membro da Assembleia Nacional da República da Coreia.

A Dinastia Joseon, que governou a Coreia de 1392 a 1910, criou aproximadamente 366 sinetes para carimbar a aprovação real em documentos. Os sinetes representavam o poder e a autoridade do rei.

Durante a Guerra da Coreia no início da década de 1950, 47 sinetes da Dinastia Joseon foram perdidos. Mas dois deles foram encontrados em Los Angeles. O primeiro deles, um sinete de bronze com alça esculpida em formato de tartaruga e revestida de ouro, remonta a 1547. Os escultores a criaram para comemorar um ritual real para a falecida rainha Munjeong.

O segundo sinete, esculpido em jade, é conhecido como Sinete do Rei. Remonta a aproximadamente 1651 e foi feito para comemorar o fato de o futuro rei Hyeonjong se tornar príncipe herdeiro.

Há algum tempo, o governo dos EUA busca devolver esses sinetes à Coreia. Na década de 1950, um funcionário do Bureau de Assuntos Culturais do Departamento de Estado registrou o pedido em que o embaixador coreano solicita os sinetes que estavam faltando. Em 2013, a cooperação entre EUA e Coreia rendeu frutos quando o Sinete da Rainha foi encontrado no Museu de Arte do Condado de Los Angeles. E depois que o Serviço de Radiofusão Coreano descobriu o colecionador que havia vendido o Sinete da Rainha ao museu, eles também descobriam o Sinete do Rei em sua casa.

Desde então, a Polícia de Imigração e Alfândega (ICE, na sigla em inglês), um braço do Departamento de Segurança Interna dos EUA, está investigando. Em conjunto com a Administração do Patrimônio Cultural da Coreia, os agentes e os advogados implementaram as medidas legais necessárias para devolver os sinetes à Coreia.

Close de sinete com alça esculpide em formato de alça de tartaruga e cordinha atada (Departamento de Estado/D.A. Peterson)
Calcula-se que o sinete real do rei Hyeonjong foi esculpido por volta de 1651 (Departamento de Estado/D.A. Peterson)

“Ao longo do período colonial japonês e da Guerra da Coreia, muitos dos nossos bens culturais foram perdidos”, afirmou um funcionário da Administração do Patrimônio Cultural da Coreia em entrevista à Agência de Notícias Yonhap. “A restauração do Sinete Real da rainha Munjeong e o Sinete Real do rei Hyeonjong é de grande significado.”

Desde 2007, a Polícia de Imigração e Alfândega dos EUA ajudou a devolver mais de 8 mil objetos de valor inestimável a mais de 30 países. Isso inclui ossos de dinossauros para a Mongólia, pinturas para países europeus, utensílios de cerâmica para o Peru e uma mão de múmia para o Egito.

Thomas Homan, diretor interino da Polícia de Imigração e Alfândega, disse que o roubo e o tráfico de tesouros nacionais de um pais é uma das formas mais antigas de crime transnacional organizado. Ele afirmou que o ICE orgulhosamente devolveu os sinetes reais ao povo da Coreia.

“Embora reconheçamos que propriedade cultural, arte e antiguidades sejam frequentemente avaliadas em dólar no mercado, o valor cultural e simbólico desses tesouros coreanos ultrapassa em muito qualquer valor monetário ao povo da Coreia.”

As pessoas agora verão os sinetes do rei e da rainha no Museu do Palácio Nacional da Coreia, no centro de Seul.