EUA e Otan pressionam a Rússia a libertar navios e marinheiros ucranianos

Soldado patrulha navio (© Evgeniy Maloletka/AP Images)
Um soldado ucraniano vigia um navio no porto de Mariupol, no Mar de Azov, Ucrânia, em 3 de dezembro (© Evgeniy Maloletka/AP Images)

Os Estados Unidos e seus aliados europeus estão decididos a exigir que a Rússia liberte os três navios ucranianos e os 24 tripulantes que foram capturados em 25 de novembro. E que mantenha o Estreito de Kerch aberto para embarcações que naveguem em direção a portos ucranianos no Mar de Azov.

O secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, caracterizou o incidente como o mais recente de uma série de violações flagrantes da soberania da Ucrânia e da Geórgia, incluindo a pretensa anexação da Crimeia pela Rússia em 2014.

“Há total unanimidade de que a ação russa é ilegal e inaceitável, e a dissuasão deve ser restaurada”, disse Pompeo em 4 de dezembro, depois que os ministros das Relações Exteriores da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) se reuniram em Bruxelas.

As forças russas atacaram e bombardearam os navios ucranianos, ferindo membros da tripulação e capturaram navios no Mar Negro, perto do Estreito de Kerch.

Mapa mostra o Estreito de Kerch, o oceano e os países ao seu redor (Depto. de Estado/L. Rawls)
(Depto. de Estado/L. Rawls)

A Europa e o mundo estão comprometidos coletivamente “em privar a Rússia da capacidade de continuar a violar as normas básicas do Direito Internacional” e “desenvolver um conjunto de respostas que demonstrem à Rússia que esse comportamento é simplesmente inaceitável”, disse o secretário de Estado.

O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, disse que após a suposta anexação da Crimeia, a Rússia agora está tentando usá-la “para expandir sua influência e controlar o Mar de Azov”.

A Rússia deve “permitir a liberdade de navegação e o acesso irrestrito aos portos ucranianos”, disse Stoltenberg.

Os Estados Unidos pressionam os aliados europeus a fazerem mais para ajudar a Ucrânia.

Autoridades dos EUA veem o ataque a navios ucranianos por parte da Rússia perto do Estreito de Kerch como um agravamento perigoso. E observam que essa foi a primeira vez que os russos admitiram abertamente ter usado suas próprias forças a fim de realizar um ataque contra as forças ucranianas.

O presidente Trump cancelou uma reunião com o presidente russo, Vladimir Putin, na recente cúpula do G20 em Buenos Aires, Argentina, em decorrência do incidente.