
Eles voltam da escola para seus lares com artigos para corrigir, assim como fazem professores em todos os lugares.
Mas, para Jill Biden, o lar é a Casa Branca, e para Douglas Emhoff, é a residência da vice-presidente no Observatório Naval.
Enquanto a Semana de Valorização do Professor (3 a 7 de maio) é celebrada nos Estados Unidos, Jill Biden (esposa do presidente Biden) e Emhoff (marido da vice-presidente, Kamala Harris) representam uma dupla de professores de destaque a quem os alunos podem agradecer.
O compromisso da primeira-dama e do segundo-cavalheiro reflete a importância que os americanos atribuem à educação de gerações futuras.
Jill é professora de uma faculdade comunitária há décadas e continua a lecionar enquanto atua como primeira-dama. Ela também trabalhou durante o período em que seu marido era vice-presidente no governo do presidente Barack Obama.
Em uma entrevista à revista People em 2016, a então primeira-dama Michelle Obama teceu um comentário sobre ter visto o trabalho de Jill Biden enquanto as duas viajavam de avião pelo país representando a Casa Branca. “Jill está sempre avaliando artigos [escritos por seus alunos] (…) ela é muito diligente.”
Jill, que tem doutorado em Educação, é professora desde 1976. “Ensinar não é apenas o que eu faço, é quem eu sou”, disse ela, de acordo com sua biografia que se encontra na Casa Branca.
Ao ministrar três cursos de inglês neste semestre na Faculdade Comunitária do Norte da Virgínia, isso faz com que esta seja a primeira vez que uma primeira-dama trabalha em tempo integral fora da Casa Branca.

De acordo com a CBS News, em um e-mail enviado para colegas em janeiro, Jill disse: “Estou tentando manter os papéis [que desempenho] separados, tal qual fiz como segunda-dama. (…) Quero que os alunos me vejam como sua professora de Inglês. Não estou, DE JEITO NENHUM, mencionando [ser a primeira-dama] nas minhas aulas. Grata por honrar minha identidade de professora.”
Dentre todos os cônjuges a ocupar a Casa Branca, ela não é a primeira com credenciais de educadora.
Karen Pence (esposa do ex-vice-presidente Mike Pence) lecionou em tempo parcial em uma escola cristã particular durante a Vice-Presidência de Pence e o período em que ele esteve no Congresso. (Recentemente ela voltou a lecionar Arte.)
Michele Obama foi vice-reitora de Serviços Estudantis na Universidade de Chicago antes de se tornar primeira-dama.
Laura Bush, esposa do presidente George W. Bush, começou sua carreira como professora do ensino fundamental e depois se tornou bibliotecária e defensora ferrenha da leitura. “Sei como o ensino pode ser gratificante e desafiador, e a diferença notável que um professor pode fazer na vida de uma criança”, disse ela em uma cerimônia em homenagem a professores. Laura, que sabia que queria ser professora aos oito anos de idade, ainda conseguia encantar um grupo de crianças enquanto lia para elas como primeira-dama.

Emhoff, o primeiro “segundo-cavalheiro” da nação, começou a lecionar para se manter conectado à sua carreira, ao mesmo tempo que desempenhava seu papel cerimonial. Ele era advogado da indústria de entretenimento na Califórnia antes de tirar uma licença durante as campanhas políticas de sua esposa e, em seguida, deixar o cargo depois que ela foi empossada.
Nesta primavera (fevereiro-maio), Emhoff leciona Direito na Faculdade de Direito da Universidade de Georgetown.

“Olha, é estranho que o segundo-cavalheiro seja o professor deles”, disse ele sobre seus alunos. “Mas nós meio que deixamos isso de lado. Foram talvez cinco minutos na primeira aula. Pois bem, eles querem apenas aprender, querem ser grandes advogados e estou tentando transmitir a eles experiências como advogado.” (Emhoff fez os comentários a repórteres após um evento promovendo o plano de alívio econômico da Casa Branca relativo à Covid-19*, de acordo com a revista People.)
Ensinar faz parte dos diálogos da família Harris-Emhoff. “Nós [perguntamos um ao outro] no jantar, ‘Como foi seu dia?’”, disse Emhoff. “Falo sobre como [meu dia] está indo, como estou tentando me aproximar dos alunos e como eles estão respondendo a mim.”
Durante a semana de 3 de maio, muitos estudantes americanos vão escrever uma nota agradecendo a um professor que os inspira — um gesto que significará muito para os professores, estejam eles morando em Washington ou em algum lugar dos Estados Unidos.
* site em inglês