EUA impõem sanções a apoiadores do regime brutal de Assad

Pessoa esfrega sapato em uma foto de Bashar al-Assad (© Muhammad al-Rifai/NurPhoto/Getty Images)
Um manifestante esfrega um sapato em uma foto de Bashar al-Assad em Idlib, Síria, em 11 de setembro (© Muhammad al-Rifai/NurPhoto/Getty Images)

Os Estados Unidos estão impondo sanções adicionais a empresários e militares sírios que possibilitam os crimes brutais do regime de Bashar al-Assad, incluindo assassinatos em inúmeras comunidades sírias.

O secretário de Estado dos Estados Unidos, Michael R. Pompeo, anunciou as novas sanções em 30 de setembro, após o aniversário de três anos da morte de pelo menos 34 sírios na cidade de Armanaz, no noroeste da Síria, em 29 de setembro de 2017.

“Desde então, milhares de bombas de Bashar al-Assad foram lançadas em escolas, hospitais e mercados em toda a Síria”, disse Pompeo por meio de um comunicado. “Muitas vidas têm sido perdidas na busca inútil de Assad por uma conquista militar sobre seu próprio povo.”

Este é o quarto conjunto de sanções relacionadas à Lei de Proteção Civil César para a Síria de 2019. Essa lei americana visa responsabilizar Assad e seus facilitadores por crimes cometidos contra o povo sírio e ajudar a encerrar pacificamente o conflito na Síria.

As novas sanções têm como alvo 17 colaboradores e empresas de Assad, incluindo militares e oficiais do governo, bem como apoiadores financeiros do regime.

Enquanto isso, em 24 de setembro, os Estados Unidos anunciaram mais de US$ 720 milhões em ajuda humanitária a fim de enfrentar a crise síria, elevando a ajuda dos EUA para mais de US$ 12 bilhões desde o início da crise em 2011.

People digging into collapsed building (© Omar Haj Kadour/AFP/Getty Images)
People search for victims under rubble following an overnight airstrike in Armanaz in the province of Idlib, Syria, on September 30, 2017. (© Omar Haj Kadour/AFP/Getty Images)

O representante especial dos EUA para o Engajamento da Síria, James F. Jeffrey, disse em uma reunião de 29 de setembro, realizada paralelamente à Assembleia Geral da ONU, que os EUA buscam uma solução para o conflito que esteja em conformidade com a Resolução 2254 da ONU. Essa resolução requer um processo de paz liderado pela Síria que ponha fim ao sofrimento imposto pela crise.

“As provas das atrocidades do regime, algumas das quais equivalem a crimes de guerra ou crimes contra a humanidade, são avassaladoras”, disse Jeffrey durante a reunião organizada pela Rede Síria para os Direitos Humanos.

A Organização para a Proibição de Armas Químicas encontrou provas de que o gás cloro foi usado em ataques em Saraqib, em fevereiro de 2018, e em Douma, em abril do mesmo ano. Ambos os ataques ocorreram em áreas controladas por rebeldes que o regime de Assad lutava para recuperar. O ataque em Douma matou dezenas de civis. Em Saraqib, 11 pessoas ficaram feridas.

De acordo com a Rede Síria para os Direitos Humanos, 150 mil sírios foram presos arbitrariamente desde 2011 e 6 milhões de pessoas já fugiram do país.

As recém-anunciadas designações realizadas pelo Departamento de Estado dos EUA têm como alvo Milad Jedid, comandante do 5º Corpo do Exército Árabe-Sírio, que interrompeu os esforços para alcançar um cessar-fogo. Também ​​são alvos Nasreen Ibrahim e Rana Ibrahim, irmãs adultas de Yasser Ibrahim, financiador de Assad. Ele serve de fachada para os interesses financeiros de Assad e da esposa do líder sírio.

O Departamento do Tesouro dos EUA está designando o empresário sírio Khodr Taher Bin Ali, que atua como intermediário para a Quarta Divisão do Exército Árabe-Sírio e suas várias entidades comerciais. As medidas também se voltam contra Husam Muhammad Louka, chefe da Direção Geral de Inteligência da Síria, e Hazem Younes Karfoul, governador do Banco Central da Síria.

“Aqueles que continuam apoiando o regime brutal de Bashar al-Assad facilitam ainda mais sua corrupção e violações dos direitos humanos”, disse o secretário do Tesouro dos EUA, Steven T. Mnuchin, em um comunicado de 30 de setembro. “Os Estados Unidos continuarão a empregar todas as suas ferramentas e autoridade a fim de ter como alvo as finanças de qualquer pessoa que lucrar [com o abuso] ou facilitar o abuso do povo sírio por parte do regime de Assad.”