EUA investem na retirada de plástico para limpeza dos oceanos

Criança, carregando uma bolsa, atravessa área coberta de água e repleta de lixo (© Solo Imaji/Barcroft Media/Getty Images)
Criança coleta itens de lixo transportado por ondas em um porto de pesca em Jacarta, Indonésia (© Solo Imaji/Barcroft Media/Getty Images)

Lixo plástico, descartado a esmo, continua se acumulando nos oceanos do mundo há anos e está prejudicando cada vez mais as indústrias locais que dependem dos oceanos e das águas costeiras — especialmente a do turismo e a da aquicultura.

Apoiar a vitalidade econômica é uma das razões pelas quais a Corporação Internacional de Financiamento do Desenvolvimento dos EUA (DFC, na sigla em inglês) lançou sua Iniciativa Plásticos dos Oceanos*. Ao apoiar projetos específicos, a iniciativa vai reduzir o descarte de plástico em oceanos e cursos d’água, e ajudar a remover os detritos existentes.

Máscara facial e luva de plástico entre outros detritos no fundo do mar (© Andrey Nekrasov/Barcroft Media/Getty Images)
Máscaras faciais e detritos de plástico cobrem o fundo do Mar Vermelho em Sharm el Sheikh, no Egito (© Andrey Nekrasov/Barcroft Media/Getty Images)

A DFC tem como objetivo catalisar US$ 2,5 bilhões em investimentos para projetos de infraestrutura que reduzirão o descarte de resíduos plásticos e detritos marinhos nos oceanos de países em desenvolvimento*. O investimento vai apoiar os seguintes objetivos:

  • Conversão de resíduos plásticos em energia
  • Reciclagem do plástico.
  • Promoção do descarte adequado do plástico.
  • Limpeza de resíduos do oceano.
  • Apoio ao desenvolvimento de produtos fabricados de materiais não plásticos.

Atualmente, cerca de 150 milhões de toneladas de plástico poluem os oceanos do mundo, uma quantidade que cresce 11 milhões de toneladas a cada ano. (Para referência, 10 milhões de toneladas equivale aproximadamente ao peso de cem porta-aviões.)

Essa poluição prejudica as economias e os meios de subsistência das pessoas. De acordo com um relatório de 2020 do Fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec), os danos causados ​​por detritos marinhos a pesca, aquicultura, transporte marítimo, construção naval e turismo náutico custaram às economias da Apec US$ 11,2 bilhões somente em um ano recente.

Fontes do problema

A maioria dos resíduos plásticos oceânicos advém de fontes terrestres, especialmente em áreas de urbanização rápida no mundo em desenvolvimento, onde os sistemas de gerenciamento de resíduos têm dificuldade de acompanhar o aumento do consumo, que gera mais lixo.

Dentre os países que são fontes de poluição por plástico estão Indonésia, Filipinas, Vietnã, Sri Lanka, Tailândia, Malásia, Egito e Nigéria. (De acordo com seu próprio relatório, a República Popular da China também é um grande poluidor*, mas a DFC não apoia investimentos no país.)

Soluções

Ao atrair apoio para a limpeza de plástico, a DFC vai avaliar propostas que impulsionem o comércio entre os EUA e a África (em parte, por meio da iniciativa África Próspera* do governo dos EUA), apoiem as mulheres (em parte por meio da Iniciativa 2x Mulheres*) ou impulsionem as metas da iniciativa para o Indo-Pacífico.

Homem carregando dois baldes em praia coberta de lixo (© Jes Aznar/Getty Images)
Um homem carrega peixes em uma praia coberta de resíduos plásticos em 18 de abril de 2018, em Manila, nas Filipinas (© Jes Aznar/Getty Images)

A Iniciativa Plásticos dos Oceanos busca alavancar benefícios econômicos e, concomitantemente, levar hidrovias e áreas costeiras mais limpas às comunidades.

“A Iniciativa Plásticos dos Oceanos da DFC busca catalisar o investimento privado visando atender a uma necessidade urgente de limpar e preservar nossos oceanos e hidrovias”, disse o CEO, Adam Boehler, em um comunicado. Esses projetos vão “apoiar as economias emergentes, promovendo o crescimento econômico e o desenvolvimento”, acrescentou.

* site em inglês