
Agora há mais Garcias nos Estados Unidos do que Millers ou Davids.
Mudanças em sobrenomes prevalentes nos Estados Unidos refletem a crescente diversidade do país. Os sobrenomes mais recorrentes nos Estados Unidos são Smith, Johnson, Williams, Brown e Jones. Porém, nomes latinos agora ocupam três lugares na lista dos dez principais sobrenomes* do Bureau do Censo dos EUA. Garcia é o sexto sobrenome mais comum. Rodriguez fica em 9º lugar, e Martinez, em 10º.
“Estamos nos tornando um país muito mais diversificado racialmente, em especial entre os grupos mais jovens”, disse William Frey, demógrafo do Instituto Brookings e autor do livro Diversity Explosion: How New Racial Demographics are Remaking America (Explosão da diversidade: como a nova demografia racial está redefinindo os Estados Unidos, em tradução livre).

Entre as contagens do censo nacional de 2000 e 2010, Vazquez e Velazquez estavam entre os sobrenomes que estavam se tornando cada vez mais populares. Bautista, sobrenome espanhol também popular nas Filipinas, é outro sobrenome que integra a lista dos cada vez mais populares, segundo o Bureau do Censo. (A análise do censo de 2020 foi adiada devido à pandemia. Especialistas esperam que o aumento de nomes hispânicos/latinos tenha continuado.)
CRESCIMENTO POPULACIONAL
A maior parte do aumento desses nomes é por causa de ganhos populacionais. Hispânicos representam 18,5% da população, contra 13% em 2000.
Nas últimas décadas, o crescimento populacional relacionado à imigração tende a ser mais atribuído a hispânicos e a pessoas de ascendência asiática do que a pessoas de ascendência europeia, afirma Frey. Em geral, taxas de natalidade mais altas entre hispânicos e pessoas de origem asiática do que entre pessoas brancas significam que a geração mais jovem — em particular — é mais diversificada. Essa geração também vai continuar dessa forma, já que há uma proporção menor de mulheres brancas em seu período de fertilidade, segundo Frey.
A expansão decorrente de imigrantes em idade ativa ajuda a impulsionar a força de trabalho e significa que mais trabalhadores podem sustentar idosos através de deduções da folha de pagamento da Previdência Social e do Medicare, diz ele.
“Nós temos uma população jovem que acrescenta energia à nossa força de trabalho”, afirma Frey. “São crianças e netos de imigrantes. Isso significa que são mais globalizados. Isso vai ajudá-los a ser abertos e receptivos às conexões globais de que precisamos.”
UMA HISTÓRIA AMERICANA
Peter A. Morrison, ex-demógrafo da corporação Rand e atualmente chefe da Morrison & Associates, afirma que os imigrantes, e as populações diversificadas descendentes deles, fazem parte da história americana.
Morrison afirma que, embora as origens dos americanos sofram mudanças, há um tema em comum em muitas histórias de americanos: eles ou seus antepassados tinham uma “ambição de deixar seu local de origem e buscar uma vida melhor em outro lugar”.
Além disso, afirma o secretário de Estado, Antony Blinken*, os mais de 60 milhões de hispano-americanos de hoje “fortalecem nossa nação todos os dias”.
* site em inglês