Os Estados Unidos indiciaram dois hackers iranianos que instalaram ransomware (vírus que trava um computador até que o proprietário pague um resgate) em sistemas computacionais cruciais de grandes cidades, hospitais e empresas americanas. Os dois homens extorquiram US$ 6 milhões em um esquema que o Departamento de Justiça denominou de “chantagem digital do século 21”.

Brian Benczkowski, procurador-geral adjunto dos EUA, disse que as acusações demonstraram que os EUA vão “perseguir implacavelmente criminosos cibernéticos que prejudicam cidadãos, empresas e instituições americanos, independentemente de onde esses criminosos possam residir”.

Faramarz Shahi Savandi, 34, e Mohammad Mehdi Shah Mansouri, 27, “supostamente usaram hackers e malwares (softwares destinados a danificar computadores) a fim de causar mais de US$ 30 milhões em perdas para mais de 200 vítimas”, disse o procurador-geral adjunto, Rod J. Rosenstein.

Eles se infiltraram em sistemas informatizados em 10 estados e na Universidade de Calgary, no Canadá, com mais de 200 municípios, órgãos estaduais, hospitais e outras entidades públicas e privadas vitimizadas.

Os hackers atacaram, entre outros, o Centro Médico Presbiteriano de Hollywood em Los Angeles e o Hospital do Coração de Kansas em Wichita, “aproveitando, de maneira covarde,  o fato de que (eles) dependem de suas redes de computadores para atender ao público, a doentes e feridos sem interrupção“, disse Craig Carpenito, procurador dos EUA em Newark, Nova Jersey.

Explorando as vulnerabilidades descobertas remotamente, os hackers iranianos instalaram ransomware que permitia que eles criptografassem as redes de computadores dos alvos e exigissem pagamentos em bitcoin, uma criptografia anônima, disseram os promotores. As bolsas de bitcoin baseadas no Irã convertiam os pagamentos em riais iranianos.

Gráfico mostra como o ransomware atua (Depto. de Estado)

Os hackers exigiram resgates antes de fornecer os códigos de descriptografia para permitir que as vítimas recuperassem o controle de seus sistemas, de acordo com a acusação*.

Os dois lançaram seu primeiro ataque em dezembro de 2015. O mais recente ataque de que se tem notícia ocorreu em 28 de setembro de 2018.

Acredita-se que Savandi e Mansouri estejam no Irã.

As autoridades dos EUA “continuarão a agir para desbaratar tais atos criminosos e identificar aqueles que são responsáveis ​​por eles, não importa onde no mundo eles possam tentar se esconder”, disse Carpenito.

* site em inglês