Ex-aluna da AWE promove agricultura orgânica na Malásia

Mulheres fazendo arranjos de flores (© Irene Mositol/AWE)
Mulheres aprendendo a fazer arranjos de flores (© Irene Mositol/AWE)

Em 2020, Irene Mositol costumava ficar acordada até as primeiras horas da manhã a fim de concluir a formação para sua participação na Academia da Mulher Empreendedora (AWE)* do Departamento de Estado dos EUA.

Na comunidade rural de Kampung Bundu Tuhan onde morava na Malásia, Irene não tinha um serviço de internet consistente e estudava quando sua conexão era mais forte.

Mulher em pé ao lado de banners (© Nina Othman/AWE)
Irene Mositol participa da Cúpula AWE 2023 na Malásia em março (© Nina Othman/AWE)

Irene administrava a loja DumoWongi, que inaugurou em 2019 fornecendo ervas cultivadas sem produtos químicos para restaurantes e hotéis em Bornéu, enquanto criava sua filha.

Os módulos de formação da AWE, desenvolvidos em parceria com a Faculdade de Gerenciamento Global Thunderbird da Universidade Estadual do Arizona e a Fundação Freeport-McMoRan, ajudaram Irene a criar um plano de negócios e expandir sua empresa.

“A grande lição e o que aprendi com o programa [AWE] é focar”, disse Irene, que recentemente ganhou o Prêmio de Empreendedorismo Global Shell LiveWIRE 2022 na categoria de impacto social. “O programa passo a passo me ajudou a planejar meu negócio e me ensinou sobre os aspectos mercadológicos e financeiros que tornam uma empresa bem-sucedida.”

Lançada em 2019, a AWE proporcionou a mais de 25 mil mulheres empresárias em cem países o conhecimento, as redes e o acesso de que precisam para lançar e expandir negócios de sucesso. A AWE ajudou quase 200 mulheres malaias a seguir seus sonhos empreendedores desde que o programa de formação do Departamento de Estado dos EUA começou na Malásia em 2020.

A AWE também permitiu que Irene tivesse acesso a um microcrédito que a ajudou a continuar e até expandir seus negócios durante a pandemia da Covid-19. O empréstimo apoiou sua pesquisa sobre formas naturais de preservação de ervas, como secar plantas com vários sais ou usar um desidratador de alimentos para preservar o frescor e o sabor.

Prato com rolos em papel de arroz contendo vegetais e flores comestíveis (© Irene Mositol/AWE)
As flores comestíveis da DumoWongi são usadas em alimentos que combinam os estilos malaio e ocidental (© Irene Mositol/AWE)

Durante a pandemia, Irene largou o emprego em uma organização não governamental a fim de se concentrar em seus negócios em tempo integral. A DumoWongi agora faz entregas para mais de 20 hotéis e restaurantes, além de um supermercado. Suas flores comestíveis aprimoram a culinária que mistura os sabores da Malásia com aqueles que turistas ocidentais já introduziram em Bornéu.

Com seu prêmio de empreendedorismo Shell de US$ 20 mil e uma doação de US$ 100 mil de uma fundação da Malásia, Irene continua a expandir seus negócios, ao mesmo tempo em que oferece oportunidades para outras mulheres em Bornéu trabalharem em direção à independência financeira.

Irene, da tribo malaia dusun, capacita outras mulheres indígenas para cultivar ervas e flores comestíveis sem produtos químicos. Embora a agricultura possa ser desafiadora no terreno montanhoso de Bornéu, a DumoWongi concorda em comprar todos os produtos viáveis. Até agora, 45 mulheres já concluíram a formação, com outras 30 planejando participar.

Grupo de mulheres posando para foto (© Elcy/AWE)
DumoWongi capacita mulheres para cultivar ervas e flores organicamente com o objetivo de vender em restaurantes e hotéis (© Elcy/AWE)

“Não é fácil porque [as mulheres] normalmente usam produtos químicos em suas técnicas de plantio, principalmente para controlar as ervas daninhas”, disse Irene. “Então, nós as ensinamos sobre monitoramento de orvalho e realmente as encorajamos a confiar nos métodos alternativos.”

Enquanto isso, a empresa de Irene continua a crescer. A DumoWongi tem dois funcionários em período integral e seis em meio período. “Atualmente, temos oito produtos desidratados, seis estufas comunitárias e uma propriedade rural experimental”, disse Irene. “E mal posso esperar para continuar expandindo.”

Este artigo foi escrito pela redatora freelance Naomi Hampton. Uma versão mais longa* foi publicada anteriormente pelo Bureau de Assuntos Educacionais e Culturais do Departamento de Estado.

* site em inglês