Explore a trilha do movimento pelos direitos civis dos EUA

Em 1965, Martin Luther King discursou para milhares de manifestantes pacíficos que se reuniram em Selma, no Alabama, a fim de marchar pela igualdade de direitos para os afro-americanos. A história do que aconteceu naquele lugar se tornou bem-conhecida e a cidade de Selma se transformou em um símbolo do movimento pelos direitos civis nos Estados Unidos.

Lee Sentell era estudante universitário no Alabama em 1965 e ouviu Luther King discursar durante a marcha de Selma. Hoje, Sentell é diretor do Departamento de Turismo do Alabama e está liderando uma iniciativa de 13 estados com o objetivo de levar a história dos direitos civis americanos para pessoas de todo o mundo.

Pessoas cruzam ponte durante marcha (Origem anônima/AP Images)
Multidões em 2015 atravessam a ponte Edmund Pettus em Selma, Alabama, onde a violência policial contra manifestantes pacíficos em 1965 chocou a consciência da nação e levou à criação de uma Lei do Direito ao Voto (© Gerald Herbert/AP Images)

A iniciativa permite que as pessoas percorram os mesmos caminhos que os heróis dos direitos civis fizeram e vivenciem a luta pelos direitos civis americanos sem sair da frente de seu computador. O site civilrightstrail.com* usa vídeos em 360º, fotos de comparação histórica, entrevistas e mapas interativos que orientam visitantes para locais específicos em todo o Sul dos Estados Unidos.

“Nós queríamos dar às pessoas um local onde elas pudessem obter informações sobre os principais pontos de referência relacionados aos direitos civis americanos”, disse Sentell. “Os ativistas superaram a segregação patrocinada pelo governo neste país, e o que eles fizeram inspirou pessoas em todo o mundo.”

Pessoas de pé na rua do lado oposto a um prédio (Origem anônima/AP Images)
Um policial estadual fica de guarda em 1963 em uma barricada na Igreja Batista da Rua 16 em Birmingham, Alabama. A igreja foi o local de um atentado à bomba com motivação racial que matou quatro meninas negras (Origem anônima/AP Images)

A trilha começa com o local de integração escolar em Topeka, Kansas. Passa por onde houve as marchas em Selma e Birmingham, no Alabama; segue pela Suprema Corte em Washington, onde foram estabelecidos precedentes legais históricos, incluindo a dessegregação das escolas em Brown vs. Conselho de Educação em 1954.

“O site (…) oferece às pessoas a oportunidade de ouvir histórias de pessoas envolvidas no movimento”, disse Liz Bittner, presidente da TravelSouth dos EUA, organização coletiva de marketing que lançou a trilha. “Ouvir suas histórias e entender suas experiências desempenha um papel fundamental na compreensão do movimento e seu impacto no restante do mundo.”

Edifícios e letreiro com as palavras “Motel Lorraine” (© Adrian Sainz/AP Images)
O exterior do antigo Motel Lorraine, agora Museu Nacional dos Direitos Civis em Memphis, Tennessee. Martin Luther King foi baleado e morto enquanto estava em uma varanda neste motel em 1968 (© Adrian Sainz/AP Images

A trilha inclui 110 museus, tribunais, igrejas e memoriais que foram fundamentais durante o movimento pelos direitos civis, conectados através do tema da trilha: “O que aconteceu aqui mudou o mundo.” As pessoas podem explorar o site por estado* ou por assunto* e através de uma linha de tempo*.

Uma história global

As origens da Trilha dos Direitos Civis decorrem de um projeto visando documentar pontos de referência relacionados aos direitos civis que sobreviveram e encontrar locais potenciais para indicar à lista do Patrimônio Mundial. Pesquisas realizadas por historiadores da Universidade Estadual da Geórgia, em Atlanta, localizaram 60 locais, criando o primeiro inventário de marcos dos direitos civis.

Crianças sentadas em carteiras na sala de aula de uma escola (© Edmund D. Fountain for The Washington Post/Getty Images)
Estudantes na sala Ruby Bridges da Academia Akili em Nova Orleans. A sala recebe o nome do primeiro aluno negro a frequentar uma escola primária totalmente branca no Sul (© Edmund D. Fountain for The Washington Post/Getty Images)

“A história que a trilha conta é muito uma história global”, disse Glenn Eskew, diretor da Iniciativa do Patrimônio Mundial da Universidade do Estado da Geórgia. “É uma mensagem sobre a luta contra o mal a fim de reformar a sociedade para melhor, criar um mundo mais equitativo onde as pessoas sejam tratadas de forma igual e justa em nome dos direitos humanos.”

Este artigo foi escrito pela redatora freelance Maeve Allsup. 

* site em inglês