O futebol americano possui uma lista diversamente étnica de jogadores e técnicos que está se abrindo para as mulheres (© AP Images)

O Super Bowl, jogo do campeonato anual de futebol americano profissional, mantém fãs nos EUA grudados nas telas de TV para assistir em um domingo ao “Super Bowl Sunday”. Em 2015, o jogo se tornou o programa mais assistido da história da televisão nos Estados Unidos. Hoje em dia, o esporte tem também muitos fãs fora dos Estados Unidos.

O interesse é estimulado por organizações como a Federação Internacional de Futebol Americano*, que foi fundada em 1998 e conta com membros de 71 países dos seguintes continentes: África, Américas, Ásia, Europa e Oceania. Desde 2007, a Liga Nacional de Futebol Americano (NFL, da sigla em inglês) organiza a popular International Series* no Estádio de Wembley, em Londres. A temporada de 2016 apresentará seis times dos Estados Unidos em três jogos.

Os afro-americanos já têm há muito tempo forte presença na liga hoje, mais de 68% de seus jogadores são negros*. Agora que a liga vai comemorar as bodas de ouro do Super Bowl — o jogo deste ano será disputado em 7 de fevereiro —, também pode celebrar sua história atraindo jogadores de vários países e de diversas origens étnicas.

O quarterback do Los Angeles Rams Roman Gabriel, à esquerda, se prepara para passar a bola durante um jogo de 1969 contra o Minnesota Vikings (© AP Images)

Muitos desses jogadores alcançaram status de Jogador Mais Valioso da NFL e são campeões do Super Bowl. Astro do futebol americano dos anos 60 e 70, Roman Gabriel foi eleito o Jogador Mais Valioso da Liga em 1969. Filho de um imigrante filipino, Gabriel foi o primeiro quarterback ásio-americano da liga. Hoje, aos 75 anos, ele ainda detém a maioria dos recordes de passe dos Los Angeles Rams.

O defensor do Dallas Cowboys Dat Nguyen devolve a bola depois de interceptar um passe em um jogo de 2004 contra o Cleveland Browns (© AP Images)

Nascido em 1975 em um centro de refugiados de Arkansas, Dat Nguyen é filho de refugiados vietnamitas e pode até ter sido o de estatura mais baixa entre seus companheiros de equipe, mas ele era um grande defensor do Dallas Cowboys até que uma lesão encerrou sua carreira, em 2006.

O jogador do Buffalo Bills Ed Wang treina em um campo de treinamento em 2011 (© AP Images)

Mais recentemente, o atacante Ed Wang fez seu nome jogando futebol americano universitário na Universidade Virginia Tech e, depois, passou em sequência por três equipes da NFL: o Buffalo Bills, o Oakland Raiders e o Philadelphia Eagles. Filho de chineses, Wang nasceu nos Estados Unidos e se tornou o primeiro jogador chinês da NFL. Agora, ele promove o futebol americano de arena* na China. “Queremos construir uma liga de futebol profissional na China. No próximo ano, teremos seis equipes profissionais no nosso campeonato”, disse ao South China Morning Post **.

O defensor do Detroit Lions Haloti Ngata assiste de fora do campo a um jogo de 2015 contra o Philadelphia Eagles (© AP Images)

O país pode ser pequeno, mas Tonga, na Oceania, se agiganta em termos de escalação da NFL, com uma boa leva de jogadores atuais*. O tonganês-americano Haloti Ngata se distinguiu como um grande defensor durante nove anos no Baltimore Ravens, antes de se transferir para o Detroit Lions. Koa Misi, também defensor e tonganês-americano, joga pelo Miami Dolphins desde 2010. Nascido em Tonga, o defensor Star Lotulelei assinou com o Carolina Panthers em 2013. Outro jogador do Hemisfério Sul, o australiano Jarryd Hayne, passou do rugby para o futebol americano e agora é um atacante do San Francisco 49ers.

Ezekiel “Ziggy” Ansah descansa durante uma peneira da NFL antes de ser selecionado pelo Detroit Lions, em 2013 (© AP Images)

Ezequiel “Ziggy” Ansah, nascido em Acra, Gana, cresceu jogando futebol com os pés e se destacou no basquete universitário e no atletismo antes de aprender a jogar futebol americano na Universidade de Brigham Young. Seu excelente desempenho como defensor o levou a uma carreira na NFL. A lista continua e inclui muitos jogadores de destaque da Ásia, Europa e América Latina.

Mulheres surgem como treinadoras

Treinadora interina do Arizona Cardinals, Jen Welter, arma uma estratégia antes de um jogo de 2015 (© AP Images)

Recentemente, o Buffalo Bills designou a funcionária de muitos anos Kathryn Smith como a primeira treinadora em tempo integral da NFL. Em 2015, o Arizona Cardinals contratou Jen Welter como assistente técnica de treino.

A estimativa é de que 180 milhões de pessoas vão assistir ao 50º Super Bowl — onde vão poder apreciar o desempenho de Star Lotulelei e Ryan Kalil, do Panthers, e Von Miller e Aqib Talib, do Broncos — e torcer pelas equipes decididamente multiculturais que se destacam em um dos esportes com a assinatura americana.

*site em inglês
** site em inglês e chinês