Você se lembra da primeira vez que jogou Super Mario Bros.? Sadia Bashir se lembra. Foi assim que ela se apaixonou por videogames e eventualmente criou o primeiro instituto de design de games do Paquistão.

Quando era pequena, Sadia não tinha TV ou qualquer outro entretenimento. Apenas anos mais tarde, quando visitou um amigo da família, ela viu pela primeira vez um computador — e jogou videogame. “Depois disso, eles viraram minha rotina e minha paixão”, diz ela sobre os jogos.

Sadia Bashir, fundadora da PixelArt Games Academy (Foto: cortesia)
Sadia Bashir, fundadora da PixelArt Games Academy (Foto: cortesia)

O curso de informática foi o mais perto que Sadia conseguiu chegar de um diploma na área de videogames. “Há um buraco enorme na nossa educação”, explica ela. “Apesar de a indústria [de games] ser a segunda maior do mundo, não tínhamos nenhum instituto que oferecesse educação e treinamento adequados para iniciantes (…) por causa da falta de recursos no Paquistão.”

Frustrada com o atraso da indústria de videogames do Paquistão, Sadia achou uma solução: criar seu próprio instituto. E foi o que ela fez no terceiro trimestre de 2015. A PixelArt Games Academy (PGA)* tem o objetivo de dar aos jovens desenvolvedores de games do país a chance de aprender com profissionais experientes.

Além de oferecer workshops práticos, o PGA tem um centro de pesquisa e desenvolvimento. O instituto também faz a ponte entre seus estudantes e as empresas de videogames que querem contratar novos talentos.

“Este é um conceito muito novo e nossa indústria ainda não está madura, mas tenho certeza de que, se a gente oferecer uma base adequada para a nova geração [de desenvolvedores de games], podemos aumentar nosso progresso rapidamente”, diz Sadia. Ela está confiante de que, através dos estudos, os alunos “estarão aptos a conseguir emprego ou criar seus próprios jogos e estúdios”.

Passando para a próxima fase

Abrir o próprio negócio pode ser estressante, como Sadia descobriu. Ela conta que vivia preocupada com as finanças. Mas, ao participar de um programa de treinamento oferecido pelo WECREATE/centro para mulheres empreendedoras do Paquistão* em parceria com o Conselho Paquistanês-Americano de Mulheres,  ela aprendeu que não é preciso obter um financiamento para abrir uma empresa, basta ter um bom modelo de negócio.

“Abri minha empresa com zero de investimento [financeiro]”, explica ela. “Investi minhas próprias habilidades e contei com a ajuda de amigos e da família.” Na verdade, Sadia adverte, as startups não deveriam focar em financiamento “até que estejam maduras o suficiente para entender o mercado e tirar o melhor proveito de um investimento”.

Sadia também dá crédito a seus mentores do centro WECREATE do Paquistão pelas orientações valiosas que deram a ela. “Todas as vezes em que me senti presa numa situação, (…) conversei com eles sobre meus pensamentos e ideias e acatei seus conselhos. Também aceitei as críticas e isso me ajudou a corrigir erros e estar preparada.”

Como resultado dessa preparação, Sadia conseguiu dar a partida no PGA. Ela já contratou oito pessoas como parte do time gerencial e outras seis como instrutores.

Mas essa não é sua maior conquista: “Sou a primeira mulher da minha família [a se graduar], e a ideia de começar meu próprio negócio não foi muito bem aceita por eles. (…) Mas, no dia da minha graduação no WECREATE, meus pais estavam lá, ficaram muito orgulhosos de mim e apoiaram minha empreitada.”

Pronto para escolher sua própria aventura?

Você está pensando em abrir seu próprio negócio? Sadia dá essas dicas para obter sucesso:

  • Não se preocupe com financiamento logo de cara. Tudo o que você precisa é de um bom modelo de negócios e uma abordagem bootstrap.
  • Implemente, aprenda e evolua. Sua ideia de negócio não ficará estática; você vai precisar evoluir para responder às exigências dos clientes e do mercado.
  • Nunca desista, mesmo que você esteja com medo de falhar. Mantenha o foco e siga em frente.

* site em inglês