Nos filmes e na televisão, as pessoas percorrem regularmente grandes distâncias pelo espaço. Na realidade, os cientistas não sabem como o corpo humano pode suportar até mesmo uma viagem local para um planeta vizinho no nosso próprio sistema solar.
Um experimento inédito para melhor entender como a viagem espacial afeta o corpo humano começa a bordo da Estação Espacial Internacional* (EEI).
O astronauta americano Scott Kelly e o cosmonauta russo Mikhail Kornienko acabam de se juntar à tripulação da EEI. Ambos passarão quase um ano inteiro vivendo e trabalhando a bordo da estação. Os cientistas estudarão* como seus corpos se ajustam a fatores como ausência de peso, isolamento, radiação e o stress resultante de longos voos espaciais.

Um elemento desse experimento humano é singular. O irmão gêmeo de Scott Kelly, o astronauta aposentado Mark Kelly, permanece na Terra atuando como sujeito de controle para o experimento. Ao dedicar um ano testando e avaliando os irmãos geneticamente idênticos, os cientistas esperam produzir dados comparativos que oferecerão percepções sobre mudanças corporais sutis.
“Nós entendemos muito sobre a engenharia envolvida até chegar a Marte, mas não entendemos muito sobre a fisiologia*, afirmou Mark Kelly, ao falar com o irmão no EEI em um contato feito da Terra com a estação espacial em 30 de março.
O administrador da Nasa, Charles Bolden, agradeceu aos gêmeos por se comprometerem com o estudo, especialmente importante porque a agência espacial tem como meta realizar pousos tripulados em Marte até 2030.
Um terceiro viajante espacial embarcou na missão em 27 de março com Kelly e Kornienko. O cosmonauta russo Gennady Padalka também se juntou à tripulação da Expedição 43 da EEI; ele passará seis meses na estação.

As agências espaciais dos Estados Unidos, da Rússia, da Europa, do Japão e do Canadá estão liderando os parceiros da EEI*, mas um total de 15 países está envolvido. Astronautas de diferentes nacionalidades têm vivido e trabalhado no espaço incessantemente, todos os dias, há mais de 10 anos. A Nasa descreve o EEI como um lugar onde os pioneiros deixaram de lado limitações e diferenças visando o avanço do conhecimento humano a bordo do maior e mais longo objeto habitado a orbitar a Terra.
* Site em inglês.