No deserto do Negev, em Israel, um cientista fez o impossível. Daniel Hillel ajudou a descobrir uma maneira de levar água para as culturas em regiões secas, primeiro no Oriente Médio e, em seguida, em todo o mundo.
Hillel desenvolveu a “microirrigação”, que goteja água apenas o suficiente para manter o solo otimamente úmido — durante todo o dia, diariamente. Isso difere da irrigação tradicional que embebe o solo em intervalos, usando mais água.

“Não posso dizer que fui o inventor desse sistema, mas fui muito ativo em seus estágios iniciais e no desenvolvimento de sua filosofia”, disse Hillel, que nasceu em Los Angeles e cresceu em Israel. Ele divide seu tempo entre os EUA e Israel.
A escassez de água afeta agricultores de todo o mundo. O trabalho de Hillel o levou a dezenas de países para promover a tecnologia de economia de água.
Cerca de 9 bilhões de pessoas viverão no planeta até 2050, um aumento de 30% em relação a hoje. Isso exigirá um aumento maciço da produção agrícola. A microirrigação oferece uma resposta, pois reduz drasticamente a água necessária e, concomitantemente, aumenta a produção.
Antes de Hillel receber o Prêmio Mundial da Alimentação em 2012, as indicações para ele vieram de Jordânia, Egito e Emirados Árabes Unidos, um testemunho de amizades cultivadas por enfrentar desafios compartilhados.
Hoje, o método é usado em todo o Oriente Médio, bem como em toda a Ásia, a África e as Américas.
“Acredito muito na cooperação internacional, e tenho dedicado grande parte da minha carreira a ela”, disse Hillel em entrevista à Associated Press.
