Griff Davis: uma vida na fotografia e na diplomacia

Griff Davis fotografou o futuro juiz da Suprema Corte Thurgood Marshall (ao fundo, esquerda) representando Ada Lois Sipuel (primeiro plano) contra a Faculdade de Direito da Universidade de Oklahoma em uma ação de discriminação em 1948 (© Griff Davis)

Griffith (“Griff”) Davis foi fotógrafo, jornalista e diplomata em uma época em que tanto os países africanos quanto os afro-americanos estavam lutando por mais liberdade.

“A história dele é representativa daquele momento”, disse Dorothy Davis, sua filha. Ele e Martin Luther King frequentaram a Faculdade Morehouse na mesma época. Enquanto esteve lá, vendia seu trabalho para publicações nacionais, como a Ebony, revista especializada na cultura negra.

O jornalismo levou Davis para a África, onde acabou entrando para o Serviço de Relações Exteriores dos EUA e foi destacado para Libéria, Tunísia e Nigéria. Como diplomata, trabalhou para o programa do presidente Harry Truman de ajuda externa Ponto Quatro, precursor da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional*.

“Foi tudo parte do movimento de independência — todo mundo tentando se conectar com todo mundo”, diz Dorothy. Seu pai apresentou escritores dos EUA para seus pares na África. E ajudou seu público americano a entender melhor eventos na África.

As fotografias abaixo captam aspectos da cultura negra no Sul antes do movimento pelos direitos civis, bem como de uma África em transição.

Pessoas de pé ao redor de mesa com cabeças abaixadas (© Griff Davis)
(© Griff Davis)

O grande salto de Davis foi uma matéria de 1947 para a revista Ebony sobre a vida no Instituto Palmer Memorial em Sedalia, Carolina do Norte. Fundada em 1902 por Charlotte Hawkins Brown, a instituição era o único internato negro do país e preparava seus alunos para a faculdade.

Homem e mulher sentados à mesa atrás de grade (© Griff Davis)
(© Griff Davis)

 

Euclid Taylor era um advogado proeminente da comunidade negra de Chicago. Em uma reportagem policial para a Ebony em 1948, Davis fotografou Taylor entrevistando uma cliente na prisão.

 

Homem sentado em cadeira com cigarro na mão perto de máquina de escrever (© Griff Davis)
(© Griff Davis)

O célebre poeta Langston Hughes era amigo e mentor de Davis, tendo o ajudado em 1946 quando Hughes foi professor visitante da Morehouse. Quando Davis estudou jornalismo na Universidade de Colúmbia, ele alugou um quarto na casa de Hughes no Harlem. Foi aí que Davis tirou esta foto de Hughes sentado em frente de sua máquina de escrever, que mais tarde estampou a capa do livro de contos de Hughes intitulado The Ways of White Folks.

Mulher deitada em rede acende cigarro de homem com seu cigarro (© Griff Davis)
(© Griff Davis)

Davis e sua mulher, Muriel Corrin Davis, acima em março de 1952 na Libéria. (Davis tirou a foto usando um timer.) Ele tirou fotos e escreveu uma reportagem especial para a Ebony sobre a lua de mel prolongada do casal em Kakata, Libéria; Paris; Lisboa; e Madri.

Menina e menino se beijando (© Griff Davis)
(© Griff Davis)

 

Em 1956, a filha de Davis, Dorothy, dá a Wiki Padmore, filho do embaixador da Libéria nos EUA, um beijo de despedida enquanto o menino se prepara para deixar a Libéria e encontrar o pai em Washington. A foto foi legendada como “Beijo Internacional” quando foi publicada em um jornal da Libéria na época.

 

Grupo de pessoas em trajes formais conversam (© Griff Davis)
(© Griff Davis)

Durante a comemoração da independência de Gana em março de 1957, Davis captou esta foto do então vice-presidente Richard Nixon, na África pela primeira vez, conversando com Martin Luther King Jr. (as esposas dos dois também estão na foto). Esse encontro seria muito delicado para ter ocorrido nos Estados Unidos, e a foto não foi publicada lá na época. Mas Luther King disse a Davis depois que havia sido convidado por Nixon para visitá-lo em Washington em uma data futura.

* site em inglês