
Griffith (“Griff”) Davis foi fotógrafo, jornalista e diplomata em uma época em que tanto os países africanos quanto os afro-americanos estavam lutando por mais liberdade.
“A história dele é representativa daquele momento”, disse Dorothy Davis, sua filha. Ele e Martin Luther King frequentaram a Faculdade Morehouse na mesma época. Enquanto esteve lá, vendia seu trabalho para publicações nacionais, como a Ebony, revista especializada na cultura negra.
O jornalismo levou Davis para a África, onde acabou entrando para o Serviço de Relações Exteriores dos EUA e foi destacado para Libéria, Tunísia e Nigéria. Como diplomata, trabalhou para o programa do presidente Harry Truman de ajuda externa Ponto Quatro, precursor da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional*.
“Foi tudo parte do movimento de independência — todo mundo tentando se conectar com todo mundo”, diz Dorothy. Seu pai apresentou escritores dos EUA para seus pares na África. E ajudou seu público americano a entender melhor eventos na África.
As fotografias abaixo captam aspectos da cultura negra no Sul antes do movimento pelos direitos civis, bem como de uma África em transição.

O grande salto de Davis foi uma matéria de 1947 para a revista Ebony sobre a vida no Instituto Palmer Memorial em Sedalia, Carolina do Norte. Fundada em 1902 por Charlotte Hawkins Brown, a instituição era o único internato negro do país e preparava seus alunos para a faculdade.

Euclid Taylor era um advogado proeminente da comunidade negra de Chicago. Em uma reportagem policial para a Ebony em 1948, Davis fotografou Taylor entrevistando uma cliente na prisão.

O célebre poeta Langston Hughes era amigo e mentor de Davis, tendo o ajudado em 1946 quando Hughes foi professor visitante da Morehouse. Quando Davis estudou jornalismo na Universidade de Colúmbia, ele alugou um quarto na casa de Hughes no Harlem. Foi aí que Davis tirou esta foto de Hughes sentado em frente de sua máquina de escrever, que mais tarde estampou a capa do livro de contos de Hughes intitulado The Ways of White Folks.

Davis e sua mulher, Muriel Corrin Davis, acima em março de 1952 na Libéria. (Davis tirou a foto usando um timer.) Ele tirou fotos e escreveu uma reportagem especial para a Ebony sobre a lua de mel prolongada do casal em Kakata, Libéria; Paris; Lisboa; e Madri.

Em 1956, a filha de Davis, Dorothy, dá a Wiki Padmore, filho do embaixador da Libéria nos EUA, um beijo de despedida enquanto o menino se prepara para deixar a Libéria e encontrar o pai em Washington. A foto foi legendada como “Beijo Internacional” quando foi publicada em um jornal da Libéria na época.

Durante a comemoração da independência de Gana em março de 1957, Davis captou esta foto do então vice-presidente Richard Nixon, na África pela primeira vez, conversando com Martin Luther King Jr. (as esposas dos dois também estão na foto). Esse encontro seria muito delicado para ter ocorrido nos Estados Unidos, e a foto não foi publicada lá na época. Mas Luther King disse a Davis depois que havia sido convidado por Nixon para visitá-lo em Washington em uma data futura.
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