
Guy Raz é o apresentador do podcast da rádio pública nacional NPR How I Built This* (Como Eu Construí Isto, em tradução livre), onde ele entrevista empresários, inovadores e executivos de todo o mundo sobre as empresas que construíram e as histórias por trás de seu sucesso.
Entrevistamos Raz sobre sua carreira e sobre o que ele aprendeu conversando com tantos inovadores e líderes empresariais. A entrevista foi editada com o intuito de torná-la breve e clara.
P. Você disse que acha que estamos passando por uma fase renascentista do empreendedorismo. Poderia elaborar isso?
R.Quando eu era criança, havia esta percepção de que design de ponta e produtos de qualidade vinham do Japão e da Alemanha, que eram projetados e até mesmo produzidos nesses países. Ao meu ver, tem sido extraordinário observar ao longo da minha vida essa transição da ideia de qualidade cada vez mais ser associada a produtos projetados e criados nos EUA.
“Parece que há um espírito real em torno da ideia de empreendedorismo. É algo que os mais jovens recém-formados querem pôr em prática.”
Eu me formei na universidade no final dos anos 1990, e todos que conheço, com muito poucas exceções, ou fizeram uma pós ou foram em busca de um emprego em uma empresa. E essa era sua carreira. E isso ainda acontece hoje, mas creio que um número expressivamente maior de jovens terminam a faculdade e pensam: “Bem, por onde posso começar? O que posso experimentar?
O que posso construir?” E para mim, essa
é a grande diferença.
P. Que temas passam pela vida de empreendedores de sucesso?
R.Creio que se há uma metacaracterística, uma característica abrangente que os une a todos eles, é o otimismo e a crença inabalável no que estão trabalhando ou no que estão fazendo. E isso pode não ser por fim o que os leva ao sucesso, mas há uma firme convicção nisso.
P. E a questão da pressa?
R.Creio que é a parte mais importante de abrir um negócio. Para mim, esta é uma parte muito difícil porque o componente pressa tende a favorecer os extrovertidos em detrimento dos introvertidos, mas muitas das pessoas que têm aparecido no programa são introvertidas. (…) Mas o que elas podem fazer é focar em desenvolvimento de produto e em outros tipos de inovações e fazer parceria com um cofundador que tem as habilidades de fazer negócios e vender. Mas, em última análise, todos estão apressados, todos estão tentando provar que o que eles têm para oferecer vale a pena considerar, vale a pena olhar.
P. As pessoas que você entrevista falam sobre os desafios de abrir uma empresa. O que o atrai a isso?
R.O que considero interessante é que alguns empreendedores novatos com quem falei são relutantes em falar sobre o fracasso, e eu tenho que forçar a barra e provocá-los até obter essa informação deles. E explicar a eles que é muito importante e é na verdade um ato real de generosidade falar sobre fracassos, especialmente quando não se alcançou o sucesso ainda. Porque, na verdade, você está dizendo: “Veja, o fracasso é uma parte natural de qualquer processo, e se você não fracassa, não aprende a ter êxito.” Creio realmente que todas as pessoas acreditam nisso.