
Traficantes de pessoas continuaram a explorar comunidades vulneráveis e marginalizadas em 2021 e 2022, de acordo com o último Relatório sobre o Tráfico de Pessoas do Departamento de Estado dos EUA*, divulgado em 19 de julho.
“A dimensão deste problema é vasta”, disse o secretário de Estado, Antony Blinken, anunciando as conclusões do relatório em 19 de julho no Departamento de Estado, salientando que cerca de 25 milhões de pessoas são atualmente vítimas do tráfico. “Os Estados Unidos estão comprometidos em combatê-lo porque o tráfico desestabiliza as sociedades, compromete as economias, prejudica os trabalhadores, enriquece aqueles que os exploram, prejudica os negócios legítimos e, mais fundamentalmente, porque é profundamente errado.”
O relatório também detalha como as ameaças de tráfico de seres humanos aumentaram na Ucrânia após a nova invasão do presidente russo, Vladimir Putin, em fevereiro.
“Estamos profundamente preocupados com os riscos relativo ao tráfico de pessoas enfrentados por indivíduos deslocados internamente pela guerra, bem como aqueles que fogem da Ucrânia, cerca de 90% dos quais são mulheres e crianças”, diz Blinken em sua prefácio ao relatório. “A insegurança alimentar e outros efeitos mais amplos da guerra da Rússia exacerbam os riscos de tráfico em todo o mundo.”
Para celebrar aqueles que ajudam a combater o tráfico de pessoas em seu país de origem, o relatório também homenageia seis Heróis do Relatório sobre o Tráfico de Pessoas, cinco dos quais participarão do Programa de Visitantes de Lideranças Internacionais do Departamento de Estado para se envolver com comunidades e organizações americanas comprometidas com o fim do tráfico de pessoas:

Mohammed Tariqul Islam iniciou a filial de Bangladesh da Justice and Care (Justiça e Cuidado, em tradução livre), organização não governamental (ONG) com sede no Reino Unido, em 2017. Ele liderou outras organizações antitráfico visando ajudar mais de 2 mil vítimas do tráfico a obter os serviços de que precisam. Islam, que atualmente atua como diretor nacional da Justice and Care, também organizou consultas transfronteiriças entre Bangladesh e Índia para colaborar nos esforços de repatriação de vítimas.

O major Mohammad al-Khlaifat lidera a unidade de combate ao tráfico da Diretoria de Segurança Pública da polícia jordaniana. Ele trabalha para fortalecer a cooperação entre agências governamentais jordanianas e ONGs internacionais. Al-Khlaifat auxiliou na colaboração entre o Ministério do Desenvolvimento Social e o Sindicato de Mulheres da Jordânia, um abrigo para mulheres, a fim de garantir que as vítimas de tráfico recebessem proteção e serviços de apoio. Ele também orientou articulações policiais em campos de refugiados com o objetivo de rastrear o tráfico de pessoas.

Na Libéria pós-conflito, o juiz Cornelius Wennah ajudou a melhorar o histórico antitráfico do país. Ele foi empossado como juiz residente no início deste ano. Anteriormente, ele foi chefe de crimes dolosos e atuou como procurador no Ministério da Justiça. Nessas funções, ele investigou, processou questões de combate ao tráfico e forneceu assessoria. Wennah também desenvolveu um livro sobre tráfico para juízes e um manual para policiais e promotores sobre as melhores práticas para casos de tráfico humano.

Irena Dawid-Olczyki é ativista de direitos humanos e presidente da La Strada–Polônia. La Strada é uma plataforma de ONGs europeias contra o tráfico de seres humanos. A La Strada–Polônia, com sede em Varsóvia, trabalha com o governo polonês para prestar assistência às vítimas do tráfico. Desde o início da crise de refugiados na fronteira Polônia-Ucrânia, em fevereiro, a organização preparou diretrizes com regras básicas de segurança para refugiados da Ucrânia e disponibilizou uma linha direta a fim de responder a situações perigosas que possam estar ligadas ao tráfico de pessoas.

Apinya Tajit é vice-diretora do Centro Stella Maris Seafarer, uma ONG na Tailândia que presta serviços e apoio a trabalhadores da indústria pesqueira tailandesa. Apinya instrui pescadores de Tailândia, Indonésia, Camboja, Birmânia e Bangladesh sobre como identificar o tráfico no mar. Apinya também presta assistência às autoridades tailandesas no processo de identificação das vítimas e ajuda as vítimas a se reintegrarem à sociedade.

Kateryna Cherepakha é a presidente da La Strada-Ucrânia. Desde o início da guerra da Rússia contra a Ucrânia, as linhas diretas da La Strada tiveram um grande aumento nas ligações. Sob a liderança de Kateryna, milhares de ucranianos conseguiram acessar informações cruciais para se manterem a salvo do tráfico e da exploração.
* site em inglês