Dennis Christensen tinha acabado de terminar seu sermão durante um culto de Testemunhas de Jeová em maio de 2017 em Oriol, na Rússia, quando a tropa de choque invadiu a pequena congregação. Preso sob a acusação de “organizar as atividades” de um grupo extremista, Christensen foi condenado a seis anos de prisão em fevereiro de 2019.
“Não fiz nada errado, não violei nenhuma lei russa e não tenho nada do que me envergonhar”, disse Christensen em sua audiência de recurso em 23 de maio.
“O que está acontecendo comigo e com outras Testemunhas de Jeová aqui na Rússia — acusações falsas de extremismo, interrogatórios, prisões, buscas, confiscos, investigações, ameaças e atualmente até tortura — isso [sim] é algo para se envergonhar”, disse Christensen, cidadão dinamarquês com autorização de residência na Rússia desde 2000.
Seu recurso foi negado.
O que está acontecendo na Rússia?
Minorias religiosas como as Testemunhas de Jeová na Rússia enfrentam um ambiente cada vez mais repressivo. Isso levou o Departamento de Estado dos EUA a incluir a Rússia na Lista de Observação Especial da Liberdade Religiosa Internacional em 2018*.
Com base em leis vagas que definem o que constitui extremismo, a Rússia proibiu a denominação cristã em abril de 2017 e a chamou de “organização extremista”. A partir de agosto de 2019, a organização Testemunhas de Jeová relata que quase 250 Testemunhas de Jeová aguardam julgamento** por acusações criminais na Rússia e na Crimeia. Mais de 60 dessas pessoas estão na prisão ou em prisão domiciliar. Desde janeiro de 2018, a polícia russa fez batidas em mais de 600 casas de Testemunhas de Jeová.
E as táticas policiais se tornaram cada vez mais brutais.
A reação dos EUA à tortura
Em 10 de setembro, os Estados Unidos designaram publicamente duas autoridades russas* por seu envolvimento na tortura de pelo menos sete Testemunhas de Jeová.
USCIRF Chair Tony Perkins: “We welcome today’s decision by @StateDept to implement #USCIRF recommendation to ban Russian officials entry into the U.S. for involvement in #ReligiousFreedom violations against #JehovahsWitnesses & other religious minorities in #Russia.” @tperkins pic.twitter.com/Kw5NgEnRQX
— USCIRF (@USCIRF) September 10, 2019
Tuíte
Tony Perkins, presidente da Comissão sobre Liberdade Religiosa Internacional dos EUA (USCIRF): “Saudamos a decisão de hoje do Departamento de Estado de implementar a recomendação da USCIRF de proibir a entrada de autoridades russas nos EUA por envolvimento em violações da liberdade religiosa contra Testemunhas de Jeová e outras minorias religiosas na Rússia.” @USCIRF @tperkins @StateDept #USCIRF #ReligiousFreedom #JehovahsWitnesses #Russia
Vladimir Petrovich Yermolayev e Stepan Vladimirovich Tkach, da sede do Comitê de Investigação em Surgut, Rússia, conduziram interrogatórios que incluíam submeter os sete indivíduos a asfixia, choques elétricos e espancamentos violentos.
“Essa brutalidade contrasta fortemente com as práticas pacíficas das Testemunhas de Jeová que foram processadas criminalmente por suas crenças religiosas”, disse Morgan Ortagus, porta-voz do Departamento de Estado.
“A Rússia deve encerrar sua campanha injusta contra as Testemunhas de Jeová e libertar imediatamente as mais de 200 pessoas que atualmente estão presas por exercer sua liberdade de religião ou crença”, disse ela.
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