Grupo de pessoas posando para foto (Depto. de Estado)
A partir da esquerda: Ekoue David Joseph Dosseh; Melania Reis; Sophie Luo em nome do premiado Ding Jiaxi; Bashdar Hasan; Erin Barclay, secretária adjunta interina de Estado do Bureau de Democracia, Direitos Humanos e Trabalho; Mohamed Ely El Her; Mohammad Nur Khan; Nino Lomjaria; e Chhim Pros em nome de Chhim Sithar (Depto. de Estado)

Alguns foram detidos sem justa causa, outros perseguidos, mas todos os dez ganhadores do Prêmio Global de Defensores dos Direitos Humanos, do Departamento de Estado, compartilham coragem e compromisso em fazer um mundo mais justo.

“Proteger os defensores dos direitos humanos, em sintonia com nossos parceiros que pensam da mesma forma, é parte integrante da política externa dos EUA”, disse Uzra Zeya, subsecretária de Segurança Civil, Democracia e Direitos Humanos, na cerimônia em Washington.

Ela observou que dois homenageados não puderam comparecer, pois foram presos injustamente.

Origens diversas

Os defensores dos direitos humanos homenageados vêm de diversas profissões, incluindo uma líder trabalhista, uma jornalista investigativa e um cirurgião.

Todos os dez homenageados incorporam os valores consagrados na Declaração Universal dos Direitos Humanos, disse Uzra. Esse documento da ONU articula os direitos humanos e as liberdades fundamentais aos quais toda pessoa tem direito.

Este ano marca o 75º aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos e o 25º aniversário da Declaração da ONU sobre os Defensores dos Direitos Humanos.

Grade com dez retratos dos homenageados (Fotos: Depto. de Estado, LRSU, PEN e © Brendan McDermid/Reuters)
Fileira superior: Mohammad Nur Khan, Elaize de Souza Farias, Chhim Sithar, Nino Lomjaria, Melania Reyes. Fileira inferior: Nasrin Sotoudeh, Bashdar Hasan, Mohamed Ely El Her, Ding Jiaxi, Ekoue David Joseph Dosseh (Fotos: Depto. de Estado, LRSU, PEN e © Brendan McDermid/Reuters)

Bangladesh: Mohammad Nur Khan liderou duas das organizações de direitos humanos mais conhecidas de Bangladesh e trabalhou com grupos internacionais a fim de documentar violações dos direitos humanos e responsabilizar autoridades. Seu trabalho salvou vidas e inocentou vítimas inocentes de acusações politicamente motivadas.

Brasil: Elaize de Souza Farias, jornalista investigativa, aborda assuntos frequentemente negligenciados na região amazônica. Em 2013, ela cofundou a agência de notícias independente Amazônia Real, elevando as vozes e preocupações de povos indígenas, mulheres e comunidades rurais. Ela lidera um movimento de mulheres empreendedoras na mídia independente que busca uma cobertura justa e equilibrada da região amazônica.

Camboja: Chhim Sithar chefia o Sindicato de Empregados Khmer apoiado pelos direitos trabalhistas. Ela liderou uma greve de um ano no NagaWorld Resort e Cassino a partir de dezembro de 2021 reivindicando salários mais altos e a reintegração de quase 370 funcionários do cassino que afirmaram terem sido demitidos injustamente. Ela foi presa em 2022 em decorrência de suas atividades sindicais, mas continua se manifestando sobre os direitos trabalhistas.

Geórgia: Nino Lomjaria atuou como defensora pública da Geórgia de 2017 a 2022. Nesse período, ela e sua equipe, em momentos sob intensa pressão política, trabalharam para combater a discriminação e defender os direitos de crianças, pessoas com deficiência, presidiários, pessoas LGBTQI+ e integrantes de minorias religiosas.

Honduras: Melania Reyes há décadas combate a violência contra as mulheres em Honduras. Em seus 28 anos no Movimento de Mulheres de Colonia López Arellano e arredores, ela já ajudou mais de 7.300 mulheres em sua luta para encontrar e processar seus agressores.

Irã: Nasrin Sotoudeh é uma proeminente advogada e ativista de direitos humanos no Irã. Ela representa ativistas da oposição iraniana presos, minorias religiosas e étnicas que sofrem perseguição, e prisioneiros condenados à morte por crimes cometidos quando eram menores de idade. Ela tem sido presa com frequência desde 2010. Em março de 2019, ela foi condenada a 38 anos de prisão e 148 chicotadas por fornecer serviços de defesa legal a mulheres acusadas de não usar hijab (lenço ou véu islâmico tradicional).

Iraque: a equipe jurídica dos detidos de Badinan, liderada por Bashdar Hasan, defendeu um grupo de jornalistas, ativistas e manifestantes que a Anistia Internacional disse terem sido “presos arbitrariamente” e “desaparecidos à força” em Badinan (província de Duhok), na região do Curdistão iraquiano. A equipe jurídica recebeu ameaças de morte e outros assédios por seus esforços.

Mauritânia: o trabalho de defesa de Mohamed Ely El Her ajudou a garantir os direitos à terra para os sobreviventes da escravidão. Ele venceu duras batalhas territoriais em uma época em que o governo se recusava a admitir a existência da escravidão. Ele continua a compartilhar as melhores práticas visando ajudar outras comunidades de ex-escravizados e afro-mauritanos a superar problemas de propriedade da terra.

República Popular da China: Ding Jiaxi ajudou a iniciar o Movimento Novos Cidadãos, que apoiava candidatos independentes para concorrer a eleições locais e outras reformas. Alegadamente, ele está em prisão preventiva por seu ativismo e tem sido submetido a tratamento desumano desde 2019. Em 2022, foi julgado em segredo. Nenhum veredicto foi anunciado até o momento.

Togo: Ekoue David Joseph Dosseh, cirurgião, tem estado ativo na luta contra a injustiça há mais de 15 anos. Ele tem ajudado a garantir melhores condições de trabalho para uma série de equipes médicas. Hoje ele defende os limites do mandato presidencial na África Ocidental.