
Bonnie Naua sente uma conexão com roupas desde os 19 anos e foi vice-campeã na edição de 1992 do concurso de beleza Miss Papua Nova Guiné. Atualmente, como proprietária da empresa Serviços de Confecção Saroni, ela desenha roupas que refletem a dinâmica herança cultural de sua ilha natal.
Papua Nova Guiné, a terceira maior nação insular do mundo, é o lar de mais de mil grupos culturais diferentes que falam 839 idiomas conhecidos. Bonnie é do clã Koke Gubarei Idibana 1, conhecido pela produção de canoas e artesanato em argila. Incorporar padrões tradicionais em seus designs é uma forma de ajudar a manter viva sua herança cultural, diz ela.
Bonnie, ex-aluna da Academia da Mulher Empreendedora (AWE, na sigla em inglês)*, do Departamento de Estado dos EUA, acredita que essa capacitação a ajudou a expandir seus negócios apesar das pressões econômicas em decorrência da pandemia da Covid-19.
Lançada em 2019, a AWE já forneceu para mais de 25 mil mulheres em cem países o conhecimento, as redes e o acesso de que precisam para abrir ou expandir negócios de sucesso. A AWE incorpora o curso on-line DreamBuilder, da Faculdade de Gerenciamento Global Thunderbird, que ensina os participantes a focar sua ideia de negócio e a planejar estrategicamente.
Bonnie está entre cerca de 1.200 mulheres de nações das Ilhas do Pacífico que já participaram na AWE. Outras de Fiji, de Ilhas Salomão, Nova Zelândia, Ilhas Cook, Polinésia Francesa, Niue e Samoa.

Ela começou confeccionando roupas com uma máquina de costura que recebeu de presente e aprimorou seu ofício no Centro de Formação nos Setores Têxtil e de Vestuário PNG na capital da Papua Nova Guiné, Porto Moresby.
Após o surgimento da pandemia da Covid-19, Bonnie fechou sua confecção e agora trabalha de casa, onde tem várias máquinas de costura e uma overloque que, além de costurar, dá acabamento.
Bonnie afirmou: “Apesar de ter sido difícil, na verdade acredito no ditado americano: ‘fazer algo do nada’. E foi exatamente o que eu fiz.”
Com o dinheiro que ela economiza trabalhando em casa, Bonnie investe em programas de capacitação que ensinam mulheres de zonas rurais a confeccionar roupas do zero. E ela repassa o conhecimento que adquiriu através da AWE a fim de ajudar outras mulheres a iniciarem seus próprios negócios e se tornarem financeiramente independentes.
“Esses programas do governo dos EUA realmente me fizeram tirar as teias de aranha dos meus olhos e me concentrar em revigorar minha empresa”, afirmou

Bonnie Naua espera expandir a Serviços de Confecção Saroni para além da Papua Nova Guiné e compartilhar seus designs tradicionais com o mundo. Ela deu um passo nessa direção durante sua primeira Cúpula da AWE na Malásia*, realizada em âmbito regional em março, onde compartilhou seus designs com cerca de 200 ex-alunas da AWE, bem como com especialistas de negócios de dez países ao redor da Ásia e do Pacífico.
A Cúpula também ofereceu acesso a especialistas dos EUA em tecnologias empresariais e oportunidades para fazer networking e compartilhar ideias comerciais com outras mulheres empreendedoras de toda a região.
“Estou completando 50 anos este ano”, disse Bonnie. “É hora de mostrar meus designs.”
Este artigo foi escrito pela redatora freelance Naomi Hampton. Uma versão foi publicada anteriormente* pelo Bureau de Assuntos Educacionais e Culturais do Departamento de Estado.
* site em inglês