Eles já ajudam os médicos a detectar a tuberculose. E salvaram vidas ajudando a remover mais de 100 mil minas terrestres. Atualmente, os ratos heróis têm uma nova missão: impedir o comércio ilegal de espécies da vida selvagem.

Os ratos são melhores do que os seres humanos — e até mesmo do que os cães — no que se refere a farejar problemas. É por isso que na Tanzânia, o Serviço de Pesca e Vida Selvagem dos EUA está empregando o nariz extraordinário das ratazanas gigantes africanas* para investigar se existe algum traço de tráfico de vida selvagem em contêineres usados para transporte.
Esses roedores especiais são chamados de ratos heróis pela organização sem fins lucrativos Apopo*, que os treina. (Apopo é um acrônimo que significa, em inglês, Desenvolvimento de Produtos para Remoção de Minas Terrestres Antipessoal, uma vez que o grupo treinou pela primeira vez os ratos para detectar minas terrestres.)
Atualmente, os ratos estão sendo treinados para encontrar pangolins, o mamífero mais traficado do mundo. Esse animal esquivo, de aparência pré-histórica, está ameaçado de extinção. Suas escamas de queratina (que contêm o mesmo material que existe em nossas unhas e cabelos) são muitas vezes moídas e anunciadas enganosamente como medicamento.
Em 2016, os pangolins, às vezes chamados de “alcachofras com pernas”, receberam as maiores proteções contra o comércio ilegal do mundo.
Pangolins just got big new protections – no more commercial trade: https://t.co/QResVVYB6k via @JaniActman pic.twitter.com/E89ZTZje3z
— Rachael Bale (@Rachael_Bale) September 29, 2016
Um outro alvo para os ratos: madeira extraída ilegalmente. Há um mercado negro em expansão para a madeira usada para fazer móveis, portas e assoalhos.
“As florestas continuam a diminuir a um índice sem precedentes* em nossa região”, afirmou Juma S. Mgoo do Serviço Florestal da Tanzânia. Ele diz que as novas estratégias, como o trabalho dos ratos heróis, são necessárias “ou não sobrará nada para nossos filhos e netos desfrutarem”.
A Tanzânia estima que perde US$ 8,3 milhões* a contrabandistas de madeira todos os anos.
Ratos se envolvem em trabalho de resgate

Os ratos se adaptam bem a trabalhos em que há a necessidade de vasculhar portos e armazéns de exportação*. Seu porte pequeno os torna baratos e fáceis de transportar, de acordo com Adam Pires e Kirsty Brebner do Fundo para Animais Selvagens em Perigo de Extinção.
Treinar ratos para detectar determinados cheiros pode levar até nove meses. Os funcionários do Serviço de Pesca e Vida Selvagem esperam que os ratos estejam prontos para desempenhar a sua nova função até o final de 2017.
* site em inglês