Atualmente, algumas das maiores ameaças mundiais são microscópicas. São bactérias e vírus resistentes a antibióticos.

O problema é urgente. No momento, o mundo enfrenta a ameaça de uma nova cepa de coronavírus. Organizações como os Institutos Nacionais de Saúde e os Centros de Controle e Prevenção de Doenças* estão trabalhando para conter a doença mortal, que não tem cura conhecida.

Outras doenças, mesmo aquelas anteriormente curáveis, ameaçam populações em todo o mundo. Mais de 700 mil pessoas morrem anualmente de doenças resistentes a medicamentos, segundo as Nações Unidas. Por causa do uso excessivo, antibióticos mais antigos não curam algumas infecções fatais hoje. Pneumonia, E. coli, tuberculose e Staphylococcus aureus resistente à meticilina (MRSA, na sigla em inglês) são doenças persistentes.

Combatendo ameaças biológicas

Para enfrentar essa ameaça crescente, o governo dos EUA incentiva a utilização de métodos rápidos de pesquisa e desenvolvimento de novos antibióticos. O governo financia pesquisas com antibióticos e outras ferramentas que podem abordar a resistência aos antibióticos.

A Autoridade Biomédica de Pesquisa e Desenvolvimento Avançado* (Barda, na sigla em inglês), existente há 12 anos, une instituições governamentais e do setor privado que estão trabalhando em novas curas. É necessária uma abordagem de capital de risco, trabalhando com laboratórios do governo, mas também financiando pequenos laboratórios e start-ups com ideias ousadas.

A Barda se orgulha de um processo de solicitação de financiamento simplificado. “Quero que o governo avance no ritmo da inovação, não no ritmo do governo”, disse recentemente o diretor da Barda, Rick Bright, ao site de notícias 360Dx.

A abordagem está valendo a pena. Em dezembro de 2019, uma vacina contra o ebola apoiada pela Barda, desenvolvida no Laboratório Nacional de Microbiologia do Canadá, recebeu a aprovação da Agência de Controle de Alimentos e Medicamentos (FDA) dos EUA. Será fabricado pela Merck e estará disponível até o final de 2020.

Também foi criada uma iniciativa chamada Combate às Bactérias Resistentes a Antibióticos, ou CARB-X* (na sigla em inglês), com financiamento da Barda, do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas (Niaid), e de vários governos parceiros e organizações sem fins lucrativos.

Novos medicamentos e novas tecnologias

A pesquisa financiada pela Barda inclui o desenvolvimento destas possíveis soluções:

  • Medicamentos que inibem a resistência de bactérias a antibióticos.
  • Antibióticos que estimulam o sistema imunológico enquanto combatem infecções.
  • Um medicamento direcionado ao micróbio potencialmente mortal C. difficile.
Tubos de ensaio sendo preenchidos por conta-gotas
(© Shutterstock)

A Barda também financia pesquisas sobre novas tecnologias de diagnóstico como estas:

  • Distinguir rapidamente infecções bacterianas e virais pela leitura de genes.
  • Usar biomarcadores para avaliar a exposição de uma pessoa a uma doença antes que ela se torne sintomática.
  • Diagnosticar doenças agressivas ou condições graves, como sepse, em minutos, para que o tratamento possa começar a tempo de salvar vidas.

Em 2019, mais de 50 inovações relacionadas à saúde receberam a aprovação da Agência de Controle de Alimentos e Medicamentos (FDA) — desde uma vacina contra influenza pandêmica até um teste de diagnóstico de antraz. A Barda fez parceria com mais de 300 empresas para alcançar esses resultados.

“Continuamos a construir e fortalecer essas parcerias usando todas as ferramentas de negócios à nossa disposição”, escreve Bright em seu blog* no site de Emergência em Saúde Pública.

Embora a Barda tenha sido criada para proteger a segurança nacional dos EUA, seus avanços na medicina são compartilhados com o mundo.

* site em inglês