Invasão em grande escala da Rússia à Ucrânia em seis meses

Foto de 2021 de mulher carregando bandeira ucraniana ao lado de foto de 2022 de mulher em pé perto de prédio destruído (Gráfico: Depto. de Estado/M. Gregory. Fotos: © Valentyn Ogirenko/Reuters e © Kostiantyn Liberov/AP Images)
(Depto. de Estado/M. Gregory)

Em um dia que deveria ser dedicado a valorizar suas liberdades, os ucranianos devem celebrar sua independência enquanto lutam contra uma invasão não provocada.

A Ucrânia comemora seu dia de independência nacional em 24 de agosto, assim como a invasão em grande escala da Rússia atinge um marco sombrio de seis meses.

Em 1991, a Ucrânia votou pela independência da antiga União Soviética. Três décadas depois, a nação construiu instituições democráticas que proporcionam eleições livres, uma sociedade civil vibrante e uma transferência pacífica de poder.

O Kremlin está tentando minar a independência, a soberania e a democracia da Ucrânia, ao mesmo tempo em que tenta reescrever a história. O presidente russo, Vladimir Putin, e altos funcionários russos continuam a espalhar desinformação, alegando que a Ucrânia faz parte da Rússia. Moscou procura remover todos os símbolos da cultura ucraniana.

A agressão da Rússia contra a Ucrânia começou em 2014, quando invadiu a Crimeia e incitou o conflito na região de Donbass. Então, após o acúmulo de tropas russas ao longo das fronteiras norte e leste da Ucrânia, o Kremlin lançou essa invasão atual.

Aqui está uma linha do tempo parcial do conflito nos últimos seis meses:

24 de fevereiro

A Rússia lança sua invasão em grande escala da Ucrânia com ataques por terra, ar e mar. As tropas entram no país a partir de três pontos, incluindo de Belarus ao norte da Ucrânia, em direção a Kiev, Kharkiv e Kherson.

O governo dos EUA, juntamente com aliados e parceiros, anuncia “custos econômicos severos e imediatos” contra a Rússia no mesmo dia em resposta à guerra de escolha de Putin contra a Ucrânia. Medidas semelhantes foram tomadas contra o regime de Lukashenko em Belarus por sua cumplicidade na guerra.

“Putin é o agressor. Putin escolheu esta guerra. E agora ele e seu país vão arcar com as consequências”, declarou o presidente Biden naquele dia.

Homem gesticulando em pé em frente de prédio danificado (© Mykhaylo Palinchak/SOPA Images/LightRocket/Getty Images)
Um homem descreve um bombardeio russo de um prédio residencial no dia seguinte ao início da invasão em 25 de fevereiro (© Mykhaylo Palinchak/SOPA Images/LightRocket/Getty Images)

Março

1º de março: A campanha de bombardeio da Rússia também danifica a área perto de Babyn Yar, local histórico onde os nazistas mataram 100 mil judeus e muitos outros como parte do Holocausto durante a Segunda Guerra Mundial.

2 de março: Nas Nações Unidas, a esmagadora maioria das nações condena a agressão da Rússia e pede a Putin que acabe com a guerra. Os EUA anunciam medidas adicionais, observando que mais de 30 países* anunciaram sanções e controles de exportação visando a Rússia.

Pessoa gritando ao ser agarrada pela polícia (© Dmitri Lovetsky/AP Images)
Policiais russos detêm manifestantes em São Petersburgo que protestavam contra o ataque da Rússia à Ucrânia (© Dmitri Lovetsky/AP Images)

4 de março: A Rússia intensifica sua repressão à dissidência com uma lei que pune as pessoas por criticarem a guerra na Ucrânia. A mídia nacional é obrigada a chamar a invasão da Ucrânia de “operação militar especial”.

Equipes de resgate carregando maca com mulher grávida em frente a um prédio danificado (© Evgeniy Maloletka/AP Images)
Equipes de emergência ucranianas carregam uma mulher grávida ferida de uma maternidade danificada pelo bombardeio de 9 de março em Mariupol, Ucrânia. Ela e seu bebê morreram mais tarde (© Evgeniy Maloletka/AP Images)

14 de março: Uma semana após um ataque russo a uma maternidade em Mariupol, uma mulher grávida ferida e seu bebê em gestação (acima) morrem. A foto, mostrando um grupo de pessoas carregando-a do hospital, é amplamente vista e destaca como os ataques dos militares russos estão matando e ferindo civis.

Vista de satélite de edifícios danificados na Ucrânia com a palavra 'crianças' escrita no chão nas proximidades (Imagem de satélite: ©2022 Maxar Technologies/Getty Images)
Imagens de satélite da empresa de tecnologia espacial Maxar de 29 de março mostram uma imagem dos extensos danos a um teatro em Mariupol, com a palavra ‘crianças’ escrita para que possa ser vista do céu, e edifícios civis ao redor em Mariupol, Ucrânia (Imagem de satélite: ©2022 Maxar Technologies/Getty Images)

16 de março: A Rússia bombardeia o Teatro Acadêmico Regional de Drama de Donetsk em Mariupol, matando cerca de 600 pessoas (mostrado acima). A palavra “crianças” foi escrita em russo do lado de fora da instalação em letras grandes o suficiente para serem lidas do céu para indicar que crianças estavam abrigadas em seu interior.

24 de março: O presidente Biden e aliados da Otan prometem bilhões em ajuda para a Ucrânia durante uma cúpula da Otan e uma reunião do Grupo dos Sete na Europa. A Assembleia Geral da ONU adota uma resolução aprovada com 140 votos a favor e 5 contra, instando a Rússia a parar de destruir cidades ucranianas.

Abril

Trabalhadores vestindo trajes de proteção colocam em um caminhão corpos embalados em sacos plásticos (© Rodrigo Abd/AP Images)
Em Bucha, voluntários colocam corpos de civis mortos em um caminhão a fim de serem levados para um necrotério para investigação perto de Kiev, Ucrânia, 12 de abril (© Rodrigo Abd/AP Images)

2 a 3 de abril: Cenas de mortes de civis e execuções em massa na cidade de Bucha horrorizam e indignam* o mundo. O prefeito estima que as forças russas mataram pelo menos 300 moradores. As nações democráticas respondem com mais sanções e muitas expulsam diplomatas russos.

14 de abril: Mísseis ucranianos afundam o Moskva, principal navio russo do Mar Negro.

Maio

Pessoas acenando bandeiras ao entardecer (© Beata Zawrzel/NurPhoto/Getty Images)
Pessoas assistem a um concerto beneficente na praça principal de Cracóvia, Polônia, em maio. O evento foi um gesto de gratidão dos cidadãos ucranianos que vivem em Cracóvia aos poloneses por sua ajuda e apoio após a invasão da Rússia (© Beata Zawrzel/NurPhoto/Getty Images)

Em maio, o constante bombardeio dos militares russos a casas e comunidades ucranianas forçou mais de 5 milhões de pessoas a fugir para países vizinhos. Milhões estão encontrando esperança e ajuda de países próximos, como a Polônia (acima).

19 de maio: O impacto da guerra de Putin na agricultura ucraniana e na segurança alimentar mundial é destacado durante a reunião do Conselho de Segurança da ONU sobre insegurança alimentar e conflito.

“O governo russo parece acreditar que usar alimentos como arma* ajudará a realizar o que sua invasão não conseguiu: quebrar o espírito do povo ucraniano”, disse o secretário de Estado, Antony Blinken.

Homem de pé com as mãos nos quadris na frente de um trator destruído (© John Moore/Getty Images)
Um trabalhador agrícola em Cherkaska Lozova em pé perto de um trator que, segundo ele, o bombardeio russo destruiu em maio. Ele afirmou que as forças russas também destruíram um armazém de grãos e equipamentos agrícolas enquanto controlavam o território fora de Kharkiv (© John Moore/Getty Images)

Junho

16 de junho: Michelle Bachelet, alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, chama Mariupol de provavelmente o “lugar mais mortal da Ucrânia**”, sugerindo “sérias violações do Direito Internacional Humanitário e graves violações do Direito Internacional dos Direitos Humanos”.

23 de junho: A União Europeia anuncia a Ucrânia como candidata à adesão. A UE também afirma que a Rússia está usando alimentos como arma, visando instalações e bloqueando o acesso portuário ao Mar Negro.

Mulher e duas crianças deixando flores em um memorial (© Efrem Lukatsky/AP Images)
Pessoas colocam flores em 29 de junho para prestar homenagem às vítimas de um ataque com foguete russo em um shopping center em Kremenchuk, Ucrânia (© Efrem Lukatsky/AP Images)

27 de junho: Um míssil russo atinge um shopping center na cidade ucraniana de Kremenchuk, matando mais de 20 pessoas.

29 de junho: Durante um encontro histórico da Otan, a Finlândia e a Suécia são convidadas a aderir à aliança. Líderes de democracias da Ásia participaram da reunião pela primeira vez na história. O presidente Biden disse: “Estamos mais unidos do que nunca.”

Julho

1 de julho: A Rússia se retira da Ilha da Cobra, no Mar Negro, para escapar do fogo ucraniano, chamando-o de “gesto de boa vontade”.

Pessoas passando sacos com alimentos umas para as outras perto de fileira de pessoas (© Miguel Medina/AFP/Getty Images)
Voluntários ajudam a levar alimentos a um centro de distribuição administrado por organizações não governamentais em Kramatorsk, Ucrânia, 11 de julho (© Miguel Medina/AFP/Getty Images)

9 de julho: O Programa Mundial de Alimentos informa que um em cada três ucranianos não consegue obter alimentos suficientes por causa da guerra. Em todo o mundo, milhões de pessoas correm o risco de insegurança alimentar porque as forças russas bloqueiam toneladas de grãos ucranianos do mercado.

13 de julho: Blinken pede à Rússia que interrompa imediatamente suas operações sistemáticas de “filtragem” e deportações forçadas* em áreas controladas e mantidas pela Rússia na Ucrânia.

Agosto

Homem ajoelhado em frente a grande pilha de veículos destruídos, alguns pintados com imagens de girassóis (© Sergei Supinsky/AFP/Getty Images)
Um militar ucraniano se benze em um cemitério simbólico de carros baleados por tropas russas, alguns pintados por artistas locais, em Irpin, Ucrânia, 9 de agosto (© Sergei Supinsky/AFP/Getty Images)

Na primeira semana de agosto, 6,4 milhões* de pessoas fugiram da Ucrânia e foram acolhidas como refugiadas, principalmente em países europeus vizinhos. Pelo menos mais 7 milhões fugiram de suas casas, mas permanecem na Ucrânia, muitas vezes em abrigos ou com amigos e familiares.

8 de agosto: “Quase seis meses após o ataque brutal e não provocado à Ucrânia, a Rússia continua sua destruição de cidades e aldeias ucranianas”, disse Blinken. “O presidente Biden deixou claro que continuaremos apoiando o povo ucraniano* enquanto ele defende seu país da agressão russa, pelo tempo que for necessário.”

* site em inglês
** site em inglês e cinco outros idiomas