Mulheres que são espancadas ou sofrem outras formas de violência doméstica geralmente têm três opções. Elas podem revidar, e provavelmente sofrerão mais agressões. Podem se submeter às agressões. Ou podem ir embora — se têm alguém em quem confiam ou algum lugar para ir.

Ajudar essas mulheres é a causa de Rose Thelen. Ela tem lutado contra violência doméstica por mais de três décadas e dirige o Instituto de Violência de Gênero, em Minnesota. É lá que Rose advoga por leis que dão às vítimas justiça e serviços, como uma linha direta para denunciar abusos.

As mulheres são “maioria esmagadora” entre as vítimas de espancamento ou violência doméstica, diz Rose. A violência “geralmente é constante e pode levar a ferimentos graves e morte”. Mas ela afirmaou que outras vítimas podem incluir as crianças, o sistema de saúde, o sistema de justiça criminal, empresas, famílias, amigos e a sociedade.

A violência não é o único custo. Acrescente as despesas legais e de saúde. E a perda de produtividade. E, principalmente, cada contribuição que mulheres espancadas poderiam ter feito para a estrutura moral, social e político de suas nações.

Foto desfocada de crianças correndo com uma bola (© AP Images)
Crianças brincam em um abrigo para mulheres maltratadas em Buenos Aires, Argentina (© AP Images)

Abrigos e linhas diretas são importantes como primeiros passos. Linhas diretas, diz Rose, fazem a ligação entre as mulheres e a ajuda de que precisam, e ao proporcionarem informações sobre a abrangência do problema, ajudam os defensores a lutarem por medidas adicionais para pôr fim à violência.

Proteja a vítima. Mas também detenha o agressor.

Providenciar refúgio e serviços para que a vítima possa reconstruir sua vida é apenas metade da solução, diz Rose. O agressor deve ser detido.

Foto de desenho feito com giz do contorno do corpo humano em uma calçada de tijolos (© AP Images)
Em um protesto em Madri, um esboço na calçada simboliza mulheres mortas por homens (© AP Images)

Como a maioria dos agressores usa a violência para impor poder e controle sobre suas vítimas, a comunidade deve responder tirando esses “benefícios” do agressor. Rose recomenda leis que:

  • Transformem violência doméstica em crime.
  • Permitam que os tribunais proíbam os agressores de se aproximarem de suas vítimas.
  • Levem em consideração, em casos de divórcio e custódia de crianças, o impacto que o abuso do passado tem na criança e na vítima adulta.

Rose também pede que a polícia e os tribunais melhorem a maneira como eles acessam, investigam e processam casos de violência doméstica.

O objetivo: passar a responsabilidade de acabar com a violência das mãos da vítima, que é a pessoa menos capaz de fazer isso, para a polícia, os tribunais e a própria comunidade.

Rose conclui que os homens devem ser parte da solução: “Acho que vamos ver mudanças sociais mais rápidas quando mais homens (…) disserem que não é aceitável maltratar a mulher que você ama.”

Este artigo foi originalmente publicado em 23 de março de 2016.