
O Japão passará por uma transição histórica quando o imperador Akihito, de 85 anos, abdicar em favor de seu filho mais velho, o príncipe herdeiro Naruhito, de 59 anos, em 30 de abril.
A casa imperial do Japão é a mais antiga monarquia contínua do mundo, e Akihito é o 125º imperador em uma linha sucessória que remonta à fundação do país pelo imperador Jimmu em 600 a.E.C.

Nos termos da Constituição de 1947, o Japão é um Estado democrático moderno. Seu imperador é uma figura sem autoridade política, definida como “o símbolo do Estado e da unidade do povo” conforme previsto na Constituição do país no período pós-guerra.

Uma forte cultura empresarial japonesa se desenvolveu logo após a Segunda Guerra Mundial, com forte crescimento na década de 1980. Embora o crescimento do Japão tenha desacelerado sob a liderança de Akihito, a economia continua a ser um líder em alta tecnologia e manufatura. Hoje, a economia do Japão é a terceira maior do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos e da China. O Japão é um dos principais parceiros comerciais dos EUA.
Como príncipe herdeiro, Akihito rompeu com a tradição ao se casar com Michiko Shōda — uma plebeia — em 1959. Ele foi o primeiro imperador ou futuro sucessor ao trono com permissão de se casar com uma cidadã comum.
Durante o reinado de 30 anos de Akihito, o Japão vivenciou uma série de mudanças sociais, incluindo a modernização das normas sociais, com o aumento das taxas de matrícula para as mulheres no ensino superior e o aumento do número de mulheres em atividades profissionais.
Estendendo a mão

Ao longo do reinado de Akihito, o Japão e os Estados Unidos cooperaram em uma ampla gama de questões de segurança, economia e energia. Forças militares dos EUA e do Japão realizaram exercícios conjuntos de treinamento e lançaram operações bilaterais de resgate quando desastres naturais atingiram o Japão em 2011 e 2018.

Akihito, que uma vez comparou o papel da realeza japonesa ao de um robô, frequentemente expressa o desejo de aproximar a família imperial do povo do Japão.
O início de uma nova era

Em 2016, Akihito abordou a questão da abdicação, alegando que a idade avançada e a saúde debilitada poderiam impedir sua capacidade de realizar seus deveres. A câmara baixa do Parlamento japonês (Dieta) concedeu permissão para que ele renunciasse. Quando terminar seu reinado em 30 de abril, ele será o primeiro imperador japonês a renunciar ao trono em 200 anos.
O reinado de três décadas de Akihito é conhecido no Japão como a era do “Heisei”, ou “alcançando a paz”. Quando Naruhito suceder seu pai em 1º de maio, ele inaugurará uma nova era chamada “Reiwa” (cuja tradução aproximada é “boa sorte” e “paz” ou “harmonia”, de acordo com o jornal Japan Times).
O chefe de Gabinete do Japão, Yoshihide Suga, anunciou o nome da próxima era imperial em 1º de abril. “Esperamos que [o nome da era] seja amplamente aceito pelo povo [japonês] e profundamente enraizado como parte de suas vidas”, disse Suga a repórteres.