Crissa “Ace” Jackson pode ter apenas 1,63 metros de altura, mas é um gênio na quadra de basquete. Atualmente, ela é uma dentre várias mulheres na escalação dos Harlem Globetrotters, equipe americana de exibição profissional que combina atletismo e comédia na forma como os jogadores interagem dentro e fora da quadra.
Crissa e gerações de crianças nos Estados Unidos — e em todo o mundo — cresceram assistindo aos Harlem Globetrotters e apreciando a mensagem positiva da equipe.
Além de disseminar a boa vontade, ao longo das décadas, a organização de basquete de 92 anos rompeu barreiras de raça e gênero, dando um exemplo para outras equipes esportivas. Na década de 1940, a equipe totalmente negra contribuiu com a integração de jogadores afro-americanos ao basquete profissional americano. Embora a equipe tenha sido criada em Chicago, ela recebeu o nome do Harlem, bairro tradicionalmente afro-americano na cidade de Nova York.

Crissa foi a 13ª mulher do time. A primeira foi Lynette Woodard, que jogou com a equipe de 1985 a 1987 — 10 anos antes da fundação da Associação Nacional de Basquete Feminino. A 15ª jogadora dos Globetrotters, Briana “Hoops” Green, foi contratada em novembro de 2017.
“Estou em uma equipe cheia de homens. Eles não me tratam de maneira diferente. (…) Eles não se concentram no fato de que somos mulheres, eles se concentram no fato de que somos atletas e somos todos jogadores de basquete profissionais”, diz Crissa.
Os jogadores também se divertem. “Nós adoramos, absolutamente adoramos o que fazemos”, diz ela. O que eles fazem é jogar partidas de exibição que combinam basquete com rotinas cômicas e jogadas com manobras de bola extravagantes. O estilo único da equipe lhe concedeu há tempos o status de ícones de cultura pop, fazendo os Globetrotters aparecerem em filmes, documentários e até desenhos animados — como Scooby-Doo e Os Simpsons — ao longo dos anos.
“Realmente tem a ver com fazer as pessoas sorrirem e criar memórias que durarão toda a vida”, diz Crissa.
Bullying não é legal
O trabalho comunitário faz parte da missão dos Globetrotters. Agora, o alvo deles está voltado para o combate do bullying. “O bullying não é legal”, diz Crissa. Os Globetrotters desenvolveram o “ABC da Prevenção do Bullying*” — que representa A para ação, B para bravura e C para compaixão — a fim de combater esse problema muito comum. Os membros da equipe visitam as escolas, oferecendo conselhos sobre o que as crianças podem fazer contra o bullying.

Globetrotters Ace Jackson and Anthony “Buckets” Blakes, U.S. Department of State goodwill ambassadors, delight kids in Lithuania. (© Harlem Globetrotters)
É uma mensagem que eles levaram para o exterior quando os Globetrotters Jackson e Anthony “Buckets” Blakes visitaram a Estônia e a Lituânia como embaixadores da Boa Vontade do Departamento de Estado dos EUA em 2017. “Estamos visando a prevenção do bullying enquanto nos divertimos, com um sorriso, mostrando que você pode se tornar amigo de alguém que está sendo vítima de bullying”, diz Crissa.
“Alguns dos meus colegas de equipe sofreram bullying no passado”, diz ela, “e eles dão exemplos de como foram vítimas, o que fizeram e onde estão agora”.

Crissa gostou de interagir com os fãs na Estônia e na Lituânia. “Eu gostaria de ter ficado mais tempo e influenciar a vida de mais crianças”, diz ela. “Ser um exemplo para os outros é provavelmente a melhor parte de ser um Globetrotter e [ter] essa plataforma para mudar vidas (…) e inspirar as pessoas a serem o que quiserem ser na vida”.
* site em inglês