Nas faculdades americanas, futuros jornalistas aprendem sobre a liberdade de imprensa na sala de aula, mas também nos jornais do campus, onde editores-aprendizes aprendem praticando o que fazer quando presidentes, treinadores ou estudantes da faculdade não gostam do que é relatado no jornal.
Suas experiências nesses jornais também revelam o poder do jornalismo para incentivar mudança.
Poucas matérias jornalísticas provocaram mudanças mais rapidamente do que The Final Barrier* (O último obstáculo, em tradução livre), relato de 2 mil palavras publicado pelo jornal estudantil da Universidade do Alabama, The Crimson White. O artigo de 2013 revelou como as ex-alunas de irmandades femininas estavam impedindo que organizações sociais admitissem estudantes negros.
O governador do Alabama criticou a discriminação no dia seguinte, e a presidente da universidade Judy Bonner ordenou que as irmandades reabrissem seu processo de inscrição, afirmando que a universidade não “toleraria discriminação de nenhum tipo”. Em uma semana, sete irmandades previamente ocupadas por apenas alunas brancas tiveram suas primeiras integrantes negras.

Mazie Bryant, editora do The Crimson White e ela própria integrante de uma irmandade, afirmou que o jornal diário havia publicado anteriormente matérias sobre discriminação em irmandades femininas, mas esta foi a primeira vez que escreveu sobre uma situação interna. “As pessoas estavam finalmente dispostas a falar conosco e romper com a cultura do silêncio no campus”, disse ela. A matéria citou queixas de alunas que estavam insatisfeitas por terem sido impedidas por ex-alunas de aceitar candidatas afro-americanas.
“Isso realmente demonstra o poder dos estudantes e o poder do jornalismo de responsabilizar as pessoas por suas ações e ver a verdade vir à tona”, disse Mazie.
Este artigo foi extraído de um texto escrito para a revista EJ|USA pelo redator freelance Christopher Connell.
* site em inglês