Tamila Tasheva tem medo de que o mundo pare de falar sobre a agressão por parte da Rússia na Ucrânia e que, se isso acontecer, violações futuras da ordem internacional se tornarão comuns.
Tamila é uma tártara crimeana e fundadora da organização não governamental CrimeaSOS*. Ela e seus amigos criaram a CrimeaSOS em uma página do Facebook para reportar sobre os eventos na Crimeia após as forças russas terem começado sua ocupação da península em fevereiro de 2014.
Tamila já ajudou a evacuar e reassentar jornalistas, ativistas e outras pessoas da Crimeia e da região de Donbass, ambas ocupadas pelos russos, para outras partes da Ucrânia.
No ano passado, a CrimeaSOS colaborou com grupos de direitos humanos ucranianos para criar um mapa interativo** que ilustra as violações dos direitos humanos na Crimeia ocupada pela Rússia. Eles documentaram 241 violações — sequestros, desaparecimentos forçados e abusos contra tártaros crimeanos, ativistas, jornalistas e outros.

Enfrentando os desafios
A fim de promover a compreensão entre as comunidades anfitriãs e os ucranianos recém-assentados, Tamila lançou um projeto de mídia para documentar as histórias pessoais das pessoas deslocadas. (Uma jovem violinista do leste da Ucrânia foi reassentada juntamente com sua mãe em Kiev, capital da Ucrânia. “Conseguimos arrecadar fundos e comprar um novo violino para a menina”, afirmou Tamila.)
Tamila reclama da esparsa cobertura da mídia sobre as pessoas deslocadas internamente. Embora cerca de 1,3 milhão de pessoas tenham sido deslocadas***, notícias sobre elas tendem a aparecer apenas em aniversários ou quando repressões em massa ocorrem, disse ela.

Sua organização constatou isso porque muitas pessoas deslocadas querem se estabelecer em seus novos destinos, precisam de moradia, empregos e apoio comunitário.
Para abordar essas questões, a iniciativa social CrimeaSOS fez parceria com o Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur). Eles fornecem assistência psicológica para vítimas e pedem a participação das comunidades para recebê-los.
“Eu quero que meu povo se sinta seguro e confiante em relação a seu futuro na terra-mãe”, disse Tamila.
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* site em inglês, ucraniano e russo
** site em inglês e russo
*** site em inglês com links para outros textos em vários idiomas