Jovens surinameses saem ganhando com a robótica

Grupo de pessoas sorrindo (© Vyash Hirasingh)
Ashna Mahepal (na frente ao centro) posa para uma foto com os membros da equipe Tech Genius em Paramaribo, Suriname, em 29 de março de 2019 (© Vyash Hirasingh)

Não pergunte a Ashna Mahepal se ela está desapontada com o fato de que as equipes que ela levou à competição internacional de robótica Desafio Global FIRST* não venceram.                                              

Ashna, 38, que lançou a Fundação Young Help Suriname** (Jovens Ajudam o Suriname, em tradução livre), que capacita uma equipe de robótica composta por adolescentes para o desafio anual, vai lhe dizer que o desafio não tem nada a ver com arrasar na competição.

Pelo contrário, diz ela. Tem tudo a ver com estimular a próxima geração de estudantes surinameses a trabalhar juntos e construir robôs que em breve possam ajudar a resolver os problemas prementes de nosso tempo, como tornar a energia mais sustentável e limpar os oceanos poluídos.

“Trata-se de conseguir fazer que novos estudantes possam participar desse experimento inspirador a fim de se conectar com pares que tenham ideais semelhantes”, diz Ashna. “Trata-se das amizades e parcerias que eles fazem.”

Ashna é uma ex-aluna da edição de 2016 da Iniciativa Jovens Líderes das Américas**, programa de intercâmbio do Departamento de Estado que já ofereceu 250 bolsas de estudos anuais a pessoas da América Latina e do Caribe.

Mulher em pé ao lado do trem (© Sophia-Joy Soli)
Ashna Mahepal explora Detroit em 2017 (© Sophia-Joy Soli)

Essas bolsas de estudo ajudam a motivar seus beneficiários a desenvolver iniciativas relacionadas ao empreendedorismo. Como coordenadora da Young Help Suriname, Ashna passou um total de seis semanas nos EUA, adquirindo habilidades empresariais e sendo orientada por dois educadores americanos na Universidade Johnson C. Smith, uma universidade historicamente de alunos majoritariamente negros na Carolina do Norte. 

A experiência a conectou com outros jovens, pessoas influentes brilhantes que também ousaram sonhar grande. “Pela primeira vez na minha vida, vi um grupo de pessoas que tinha todas essas ideias malucas como eu”, disse Ashna. 

Através dessas conexões da bolsa de estudos, Ashna ouviu falar sobre uma esquipe de robótica de Suriname. Ela aceitou coordená-la a fim de se preparar para competir em Washington contra equipes de todo o mundo. Com pouco mais de dois meses, ela usou mídias sociais e suas conexões para formar uma equipe de três estudantes e um mentor. Os estudantes não sabiam nada sobre robótica, mas estavam empolgados para aprender. Esse grupo inaugural ficou na 49ª posição dentre as 163 equipes participantes.

Esses alunos continuariam a servir como mentores para a equipe de 2018 que competiu na Cidade do México e ficaram em 103º lugar de um total de 161 equipes, para a equipe de 2019 que competiu em Dubai e ficou em 148º lugar dentre 189 equipes, bem como para o Projeto Tech Genius** (Gênio Tecnológico, em tradução livre), da fundação, em 2019, que se concentra na capacitação em Robótica e na conscientização da Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática.

Grupo de pessoas sorrindo (© Kishan Ramsukul)
Ashna Mahepal (centro-direita, sentada) com os membros da equipe de robótica em Paramaribo, Suriname, em outubro de 2019 (© Kishan Ramsukul)

Segundo Ashna, o mais importante é que a participação nessas competições abre portas.

Um aluno mentor garantiu um trabalho de programação na Telesur, a empresa de telecomunicações do governo. Um mentor adulto ganhou um lugar no Programa de Visitantes de Lideranças Internacionais**, do Departamento de Estado, um intercâmbio para líderes empresariais adultos, e também conseguiu um emprego na Staatsolie, empresa de petróleo do governo do Suriname. Outras empresas se ofereceram para contratar membros da equipe estudantil para estágios.

Os fundos da embaixada também permitiram que alguns alunos de Ashna do Projeto Tech Genius viajassem para educar estudantes de uma comunidade indígena do Suriname sobre robótica. No total, os projetos de robótica atingiram cerca de 400 estudantes do Suriname.

* sigla em inglês que significa “Para Inspiração e Reconhecimento da Ciência e Tecnologia”
** site em inglês

Este artigo foi escrito pela redatora freelance Lenore T. Adkins.