Juiz americano ordena devolução de antiguidade persa ao Irã

Cabeça de um antigo soldado persa esculpido em calcário (Promotoria de Justiça de Manhattan)
Este baixo-relevo de calcário logo será devolvido ao Irã. Representando a cabeça de um soldado persa, o artefato foi esculpido entre 510 a.E.C. e 310 a.E.C. (Promotoria de Justiça de Manhattan)

Um juiz da Suprema Corte de Nova York ordenou a devolução de uma escultura persa de baixo-relevo ao Irã, país de onde foi supostamente roubada há mais de 80 anos.

Baixo-relevo é um tipo de escultura na qual o artista cria formas esculpindo partes de uma pedra para dar destaque à forma em relação à superfície plana. Avaliado em US$ 1,2 milhão, o baixo-relevo persa foi confiscado por investigadores da Promotoria de Justiça de Manhattan. O artefato se encontrava na instituição cultural Park Avenue Armory em Nova York, onde estava prestes a ser vendido em uma feira de arte.

Segundo os investigadores, o baixo-relevo foi roubado de Persépolis em 1936 e finalmente reapareceu no Museu de Belas Artes de Montreal, para onde foi doado.

Essa obra de arte foi roubada novamente em 2011, do Museu de Montreal, e comprada por dois negociantes de antiguidades em Londres que afirmaram ter adquirido o artefato através de meios legais e que não tinham nenhuma ideia de sua origem duvidosa. Mas quando os investigadores forneceram prova de que o baixo-relevo havia sido roubado havia décadas, os negociantes concordaram em entregá-lo.

Nova York, que ostenta alguns dos mais conhecidos museus e galerias de arte do mundo, é um dos principais mercados americanos de arte e antiguidades. Embora a maioria das transações sejam legítimas, a venda ilegal de patrimônios culturais roubados é uma grande preocupação.

Desde 2012, promotores de justiça e detetives da Promotoria de Justiça de Manhattan ajudaram a recuperar milhares de antiguidades traficadas avaliadas em mais de US$ 150 milhões. O escritório recentemente criou um novo esquadrão policial dedicado exclusivamente a combater o roubo de patrimônios culturais.

Devolver tesouros roubados a seus países de origem tem sido uma prioridade dos EUA há muito tempo.

Repatriar o patrimônio cultural pilhado ou obras de arte roubadas à sua nação promove a benevolência com governos e cidadãos estrangeiros, enquanto protege de maneira significativa o patrimônio cultural do mundo e o conhecimento de civilizações passadas.

Atualmente, os Estados Unidos têm acordos com 17 países para proteger e repatriar propriedades culturais exportadas ilegalmente. (O Irã não está entre os 17.) Desde 2007, a Agência de Imigração e Alfândega dos EUA, órgão do Departamento de Segurança Interna dos EUA, já devolveu mais de 11 mil artefatos para mais de 30 países.