
Em 2005, a Câmara dos Deputados dos EUA designou oficialmente junho como o Mês do Patrimônio Caribenho-Americano, um período em que americanos celebram a história, a cultura e as vastas contribuições do Caribe à sociedade americana.
Algumas das maiores conquistas dos Estados Unidos — em educação, literatura, direitos LGBTQ+, saúde pública e ciência — foram possíveis graças à sua população caribenha-americana.
Para celebrar o Mês do Patrimônio Caribenho-Americano, o ShareAmerica apresenta cinco dos muitos caribenhos americanos que têm ajudado a moldar os Estados Unidos.
Miguel Cardona

Miguel Cardona atualmente atua como secretário de Educação no governo Biden. Nascido de pais porto-riquenhos em Connecticut, Cardona teve dificuldade para aprender inglês quando criança no jardim de infância. Com base nessa experiência, Cardona passou a escrever sua dissertação de doutorado em educação sobre as disparidades de aprendizado entre estudantes de língua inglesa e seus colegas falantes nativos de inglês.
Antes de se tornar o 12º secretário de Educação, Cardona liderou o estado de Connecticut durante a pandemia da Covid-19 como seu comissário de Educação. Sob a liderança de Cardona, Connecticut se tornou o primeiro estado a fornecer aos alunos, em casa, dispositivos de aprendizagem visando garantir o acesso equitativo à educação.
Dra. Antonia Novello

A médica Antonia Novello fez história em 1990 quando se tornou a primeira mulher e a primeira hispânica a ocupar o cargo de cirurgiã-geral. Após sofrer de uma doença grave quando criança em Porto Rico, Antonia dedicou grande parte de sua carreira à defesa de crianças enfermas, primeiro como pediatra e depois como especialista em saúde pública. Como cirurgiã-geral sob a liderança do presidente George H.W. Bush, Antonia foi uma forte defensora de mulheres, crianças e minorias, e foi uma das primeiras a aumentar a conscientização sobre a Aids em mulheres.
Antonia ainda é defensora ativa da saúde pública; e viajou com uma missão de ajuda emergencial do governo após o furacão Maria e, mais recentemente, administrou e promoveu publicamente a vacinação contra a Covid-19.
Julia Alvarez

Julia Alvarez é uma renomada escritora, poeta e ensaísta cujo trabalho se baseia em sua identidade dominicano-americana. Ela foi para os EUA ainda criança quando sua família deixou a República Dominicana, e grande parte de seu trabalho explora a experiência imigrante nos Estados Unidos. Ela escreveu histórias para crianças e adultos e é mais conhecida por seu primeiro romance, How the García Girls Lost Their Accents (Como as meninas García perderam o sotaque, em tradução livre).
Em 2014, o presidente Barack Obama concedeu à Julia a Medalha Nacional de Artes, a mais alta honraria do governo dos EUA para artistas.
Sylvia Rivera

Sylvia Rivera lutou pela igualdade como mulher trans muito antes dos movimentos de libertação nos EUA apoiarem os direitos das pessoas trans. Nascida de pai porto-riquenho e mãe venezuelana, Sylvia ficou órfã ainda jovem e foi acolhida por sua avó venezuelana. Enfrentando a discriminação de sua avó e da comunidade por sua identidade de gênero, Sylvia saiu de casa aos 11 anos e foi acolhida por uma comunidade de drag queens na cidade de Nova York.
Quando adolescente, Sylvia se tornou membra ativa do Movimento de Libertação Gay e esteve presente nos protestos de Stonewall. Ela, junto com Marsha P. Johnson, sua amiga íntima e companheira drag queen, criaram o coletivo político Revolucionários de Ação Travestis de Rua, uma comunidade para gays e pessoas de gênero não conformista. Hoje, Sylvia é celebrada como uma das líderes do movimento pelos direitos das pessoas trans.
Camille Wardrop Alleyne

Nascida em Port of Spain, em Trinidad e Tobago, Camille Wardrop Alleyne imigrou para os Estados Unidos aos 17 anos e fez bacharelado e mestrado em Engenharia Mecânica. Uma das duas únicas pessoas em seu programa de mestrado a serem contratadas pela Nasa, Camille se tornou uma das primeiras mulheres negras da Agência a ocupar um papel de liderança. Desde então, Camille tem liderado os esforços de comercialização lunar da Nasa. Atualmente, ela supervisiona a sustentabilidade dos esforços de comercialização espacial da organização.
Camille recebeu inúmeros prêmios ao longo de sua carreira. Trinidad e Tobago a nomeou um dos ícones caribenhos em Ciência e Tecnologia. Usando seu “poder de estrela” para inspirar mulheres jovens em 2007, Camille criou a Fundação Estrelas Mais Brilhantes, dedicada a educar meninas em Matemática e Ciências.
Este artigo foi escrito pela redatora freelance Megan Fosha.