Levando o poder da computação para as Artes e as Humanidades

Programar computadores para pensar e responder como seres humanos, sendo que com mais rapidez, já está mudando indústrias e tocando a vida das pessoas. Assim como programar desde smartphones que respondem às nossas perguntas até programas de computador (software) que ajudam os médicos a detectarem tumores.

Mas isso pode desafiar os limites do conhecimento em campos não técnicos, como Música, História, Idiomas e Ciência Política?

O Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) acha que sim.

A universidade revelou planos para abrir uma Faculdade de Computação de US$ 1 bilhão em 2019, com o objetivo de incorporar Inteligência Artificial (IA) em todas as disciplinas acadêmicas.

Stephen Schwarzman (Cortesia: Blackstone)
Stephen Schwarzman (Cortesia: Blackstone)

O MIT já levantou discretamente dois terços do dinheiro, incluindo uma doação de US$ 350 milhões de Stephen Schwarzman, presidente e diretor-executivo da empresa de investimentos Blackstone Group. E planeja contratar 50 novos membros do corpo docente.

A nova faculdade levará o poder da computação e da inteligência artificial para todas as cinco escolas existentes no MIT, garantindo que os alunos da instituição de ensino superior se especializem não apenas em seus próprios campos, mas também em Computação, diz o presidente do MIT, L. Rafael Reif.

É um empreendimento ambicioso e oportuno. O MIT aponta para métodos computacionais modernos que envolvem grandes conjuntos de dados que levaram a um “novo trabalho empolgante” em Ciência Política, Economia, Linguística, Antropologia e Estudos Urbanos — assim como Ciência e Engenharia.

Buscando soluções para problemas globais

Os alunos também vão explorar as implicações éticas e filosóficas da inteligência artificial — um aspecto crítico de administrar o rápido surgimento de novas tecnologias. “À medida que a computação reformula nosso mundo, o MIT pretende ajudar a garantir que isso aconteça para o bem de todos”, disse Reif.

Isso é importante para Schwarzman. “Enfrentamos questões fundamentais sobre como garantir que os avanços tecnológicos beneficiem a todos, especialmente aqueles mais vulneráveis ​​às mudanças radicais que a IA inevitavelmente levará à força de trabalho”, disse ele.

Outras importantes universidades dos EUA também estão trabalhando em projetos relacionados à inteligência artificial a fim de ajudar pessoas em todo o mundo:

Na Universidade Carnegie Mellon, um professor de Biologia Computacional faz parte de uma equipe de pesquisa internacional que busca traduzir descobertas genéticas em novas terapias para tratar a doença de Alzheimer.

A Universidade de Stanford se juntou à Universidade Nacional de Taiwan na busca de pesquisas sobre a aplicação da IA ​​à Biotecnologia e à Medicina.

A Universidade Cornell fez uma parceria com o Instituto de Tecnologia Technion-Israel para estabelecer o Instituto Jacobs Technion-Cornell, onde estudiosos podem colaborar em novas tecnologias que atendam às necessidades sociais e econômicas.

Ao enfatizar a inovação tecnológica, a habilidade interdisciplinar e um forte enfoque na ética, disse Reif, a nova faculdade do MIT formará líderes que podem oferecer ao mundo “não apenas magia técnica, mas também sabedoria humana — a consciência cultural, ética e histórica para usar a tecnologia em prol do bem comum”.

Embora seja mais conhecido pelas áreas de Ciência e Engenharia, o MIT também oferece um complemento total das Artes Liberais aos alunos de graduação, que podem até se especializar em Música e Artes Cênicas.

A nova faculdade do MIT ocupará seu próprio prédio até 2022 e será instalada em outros locais do campus até então.