A Líbia é o lar de alguns dos grandes tesouros antigos do mundo, desde o antigo sítio arqueológico grego de Cirene até a cidade de Gadamés, uma das mais antigas existentes. Os EUA e a Líbia estão trabalhando juntos para garantir que os artefatos culturais permaneçam na Líbia e fora das mãos de saqueadores e terroristas.

Os dois governos firmaram recentemente um acordo histórico* que torna ilegal levar certos artefatos arqueológicos e culturais da Líbia aos Estados Unidos sem documentação oficial ou correm o risco de serem confiscados por funcionários da Agência de Fiscalização de Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA.
O acordo “solidifica a colaboração conjunta dos EUA e da Líbia para combater a pilhagem e o tráfico de objetos culturais originários da Líbia”, disse Steven Goldstein, funcionário do Departamento de Estado dos EUA, na ocasião da assinatura do acordo em 23 de fevereiro.
Os EUA têm acordos com 17 países para proteger e repatriar bens culturais exportados ilegalmente. Os objetivos desses acordos de propriedade cultural são:
- Reduzir o incentivo à pilhagem.
- Ajudar os países a proteger seu patrimônio cultural.
- Aumentar a colaboração e o intercâmbio de materiais entre museus internacionais e instituições culturais.

A riqueza cultural da Líbia está sob ameaça
Impulsionados por anos de instabilidade e violência, os ricos sítios de patrimônio cultural da Líbia foram vagarosa e constantemente saqueados por terroristas e grupos criminosos transnacionais organizados, que vendem ilegalmente esses preciosos artefatos para financiar suas atividades.
Em risco* estão mosaicos romanos imperiais e pinturas de parede, esculturas gregas de mármore e pedra, e artefatos islâmicos, incluindo lâmpadas de mesquitas, moedas com inscrições árabes e cerâmicas.
“Esse não é um problema fácil de resolver”
“Em razão da difícil situação de segurança na Líbia e de sua divisão política, o país perdeu grande parte de sua riqueza arqueológica e cultural”, Lutfi Almughrabi, funcionário do governo líbio, afirmou por meio de um intérprete na ocasião da assinatura do acordo. A comunidade internacional, incluindo os Estados Unidos, está trabalhando para recuperar os bens roubados da Líbia, além de evitar novas pilhagens. “No entanto, esse não é um problema fácil de resolver”, disse Almughrabi.
Almughrabi afirmou que havia acabado de retornar da Espanha, onde vários artefatos da Líbia foram localizados. Os governos da Líbia e da Espanha estão trabalhando para devolver os objetos à Líbia. “Nosso foco agora é levar de volta estabilidade e segurança à Líbia e cortar todas as rotas de financiamento para grupos terroristas e grupos criminosos a fim de erradicá-los e acabar com sua presença”, disse Almughrabi.
“Nossa política é clara”, lembrou Goldstein ao público. “A destruição ilegal do patrimônio cultural e o tráfico de bens culturais são práticas inaceitáveis.”
* site em inglês