Conheça Erin Moriarty Harrelson. Estudante de Antropologia e bolsista da National Geographic/Fulbright, ela documenta as experiências de cambojanos surdos. De cada 20 cambojanos um é surdo ou deficiente auditivo. Muitos nunca aprenderam a linguagem de sinais ou frequentaram a escola.

É por isso que muitos cambojanos ficam surpresos ao serem apresentados à Erin, que também é surda.
“Eu nunca conheci uma pesquisadora surda!” é uma reação comum por parte dos cambojanos. Erin pode fazer leitura labial mas, segundo um artigo de sua autoria, muitas vezes as pessoas que não estão diretamente de frente para ela não entendem quando ela não responde. Eles parecem ter “a sensação de que ‘eu acabei de dizer algo, mas ela não está olhando para mim ou respondendo adequadamente’”.
Mas Erin está mostrando às pessoas que a deficiência não a impediu de fazer coisas incríveis.
Sua pesquisa surge em um momento em que mais de um bilhão de pessoas em todo o mundo convivem com algum tipo de deficiência — cerca de 15% da população mundial. Muitas delas não recebem as mesmas oportunidades desfrutadas por pessoas sem deficiências:
- Nos países em desenvolvimento, 90% das crianças com deficiência não frequentam a
escola.
- Somente 35% dos adultos com deficiência trabalham, comparados com 78% dos que não possuem deficiência.
- As pessoas com deficiência também têm mais probabilidade de serem vítimas de violência ou estupro.
A pesquisa de Erin explora o tratamento da comunidade surda do Camboja antes e durante o genocídio de Khmer Rouge. Ela também acompanhará os cambojanos que aprendem sua língua nacional de sinais, ainda em fase de desenvolvimento.
Os EUA acreditam que os direitos das pessoas com deficiência são direitos humanos e elaboram seus programas de auxílio para incluir todos os que possuem algum tipo de deficiência.