O presidente Obama recentemente homenageou jornalistas que foram perseguidos e até espancados ou presos em seus próprios países. Qual foi o crime que cometeram? Compartilhar informações e ideias que seus governos prefeririam manter na obscuridade.
“Os jornalistas nos proporcionam a todos, como cidadãos, a oportunidade de saber a verdade sobre nossos países, nós mesmos e nossos governos. Isso nos torna pessoas melhores e mais fortes. E proporciona voz aos sem voz, expõe a injustiça e responsabiliza líderes como eu”, declarou o presidente* no dia 1º de maio.
Obama se reuniu com os jornalistas Fatima Tlisova, Dieu Cay e Lily Mengesha. “Todos os três foram detidos ou perseguidos no passado. Todos os três buscaram refúgio aqui nos Estados Unidos. E nós os acolhemos para que pudessem continuar seu importante trabalho”, disse ele.
- Fatima Tlisova*, da Rússia, foi atacada, sequestrada e torturada após fornecer relatos sobre operações militares na região do Norte do Cáucaso, desaparecimentos e corrupção. Seu jornalismo investigativo cobria o nacionalismo circassiano, o papel do islamismo nos assuntos regionais e abusos de direitos humanos no Norte do Cáucaso. Hoje, ela trabalha para a rádio Voz da América (VOA).
- Nguyen Van Hai, comumente conhecido por seu pseudônimo Dieu Cay*, passou seis anos em uma prisão vietnamita em decorrência de acusações politicamente motivadas. Seu blog tratava de assuntos relacionados a direitos humanos e corrupção no Vietnã, inclusive assuntos sensíveis como direitos territoriais, liberdade religiosa e a política do Vietnã em relação à China. Ele agora vive em Los Angeles.
- Sime gnish “Lily” Mengesha*, da Etiópia, defendia a imprensa livre. Lily foi perseguida após criticar a prisão de blogueiros do grupo “Zona 9”*. Seus relatos também expuseram o sofrimento por parte das crianças noivas etíopes submetidas ao casamento forçado. Após sofrer intimidação e vigilância constantes, ela deixou a Etiópia em julho de 2014 e agora trabalha na Fundação Nacional para a Democracia.
Obama afirmou que os Estados Unidos se engajam regularmente com outros governos sobre a liberdade de imprensa. O presidente acrescentou que “poder expressar seus próprios pensamentos e sua consciência sem correr perigo é um direito humano, um direito universal e, em última instância, torna o mundo melhor e mais forte com a consciência individual e uma imprensa livre que pode funcionar.”
* artigo em inglês