
Hospitais da Venezuela enfrentam escassez de suprimentos que afetam médicos e pacientes. De acordo com uma pesquisa nacional realizada em 2 de abril* e comprovada pela Assembleia Nacional, 92% do setor de saúde não tem sabão in situ. A mesma pesquisa constatou que 61% não têm máscaras faciais e 79% não têm luvas descartáveis.
A Assembleia Nacional manifestou suas preocupações em um comunicado, dizendo**: “Os hospitais sentinelas onde estão concentrados 60% dos casos de coronavírus da Venezuela não estão em condições de atender os pacientes infectados pela Covid-19.” Os hospitais sentinela são selecionados para coletar dados em uma região com alta probabilidade de haver casos de uma doença.
Em um site do Ministério da Saúde, o ex-presidente Nicolás Maduro listou 46 centros médicos que seu regime alegou estarem “preparados” para receber pacientes com a Covid-19, segundo um relatório da Reuters.
Agora, ele e seus aliados estão punindo jornalistas, médicos e membros da Assembleia Nacional por se manifestarem contra o estado precário da infraestrutura médica em seu país.

Darvinson Rojas, jornalista venezuelano freelance, tuitou em 20 de março* sobre a discrepância entre o número de casos confirmados de Covid-19 que o regime de Maduro declarou e o número relatado por hospitais e jornalistas.
Um dia depois, Rojas foi preso pela força policial especial de Maduro, que alegou ter recebido uma denúncia anônima de que Rojas havia sido diagnosticado com a Covid-19, mesmo que não tivesse, de acordo com o Comitê para a Proteção dos Jornalistas***. Seus pais também foram detidos e interrogados pela polícia, mas finalmente libertados na mesma noite.
Após a libertação, o pai de Rojas disse a um repórter local* que ele podia ouvir a polícia questionando seu filho sobre a reportagem de 20 de março relativa às estatísticas da Covid-19.
Rojas foi finalmente libertado em 2 de abril com restrições à sua liberdade, de acordo com relatos da mídia na Venezuela.
Da mesma forma, Rubén Duarte postou um vídeo* nas mídias sociais, pedindo equipamentos ao regime de Maduro para que seu hospital pudesse cumprir códigos de saúde suficientes a fim de tratar pacientes com coronavírus. Em retaliação, a agência de contraespionagem do regime Maduro deteve Duarte.
O membro da Assembleia Nacional Tony Geara tuitou que um hospital local em um estado do sul da Venezuela não tinha água corrente. A polícia respondeu revistando sua casa* por quatro horas. O serviço secreto de Maduro o prendeu enquanto ele se preparava para levar comida a um vizinho necessitado, segundo a Assembleia Nacional**.
.@usembassyve: The illegitimate Maduro regime continues with its policy of intimidation against @AsambleaVE deputies, the only legitimate authority in #Venezuela. We demand the immediate release of National Assembly Deputy Tony Geara, kidnapped by SEBIN. https://t.co/AFL6y4SxVz
— Michael G. Kozak (@WHAAsstSecty) March 16, 2020
Tuíte:
Michael G. Kozac, secretário de Estado adjunto em exercício para Assuntos do Hemisfério Ocidental: O regime ilegítimo de Maduro continua com sua política de intimidação contra os deputados da Assembleia Nacional, a única autoridade legítima na Venezuela. Exigimos a libertação imediata do deputado Tony Geara da Assembleia Nacional, sequestrado pela Sebin. https://twitter.com/usembassyve/status/1239608658931187719… @WHAAsstSecty @usembassyve @AsambleaVE #Venezuela
Em 31 de março, o governo dos EUA lançou uma estrutura para a restauração da democracia na Venezuela. Como explicou o secretário de Estado, Michael R. Pompeo**, “a urgência disso se tornou ainda mais séria à luz do fracasso do regime de Maduro em se preparar e abordar adequadamente a pandemia global da Covid-19”.
* tuíte em espanhol
** site em inglês com opção de tradução automática para o espanhol
*** site em inglês com opção de tradução automática para vários idiomas